Leão XIV vai visitar a Turquia e o Líbano, em visita com mensagens ecuménicas e em favor da paz

Cidade do Vaticano, 26 nov 2025 (Ecclesia) – O Papa pediu hoje as orações dos católicos pela primeira viagem do seu pontificado, que se inicia na quinta-feira, com passagens pela Turquia e o Líbano.
“Amanhã [27 de novembro] irei à Turquia e depois ao Líbano para visitar os queridos povos desses países ricos em história e espiritualidade. Será também uma oportunidade para recordar os 1700 anos do primeiro concílio ecuménico celebrado em Niceia e encontrar a comunidade católica, os irmãos cristãos e de outras religiões”, disse, no final da audiência pública semanal que decorreu na Praça de São Pedro.
“Peço-vos que me acompanhem com as vossas orações”, acrescentou Leão XIV.
Na noite desta terça-feira, o Papa sublinhou que a sua próxima viagem ao Líbano e à Turquia quer deixar uma “palavra de paz” e de “esperança”, num momento marcado pela escalada de tensão no Médio Oriente.
Questionado especificamente sobre o conflito entre Israel e o Hezbollah, Leão XIV deixou um apelo direto às partes em confronto para que procurem “a justiça”, considerando que “muitas vezes a violência ocorre como resultado de injustiças”.
“Convido todas as pessoas a procurarem maneiras de abandonar o uso das armas como forma de resolver problemas e a unirem-se, a respeitarem-se mutuamente, a sentarem-se juntas à mesa para dialogar”, declarou aos jornalistas, à saída da residência pontifícia de Castel Gandolfo.
O Papa admitiu que a violência no Médio Oriente é “sempre uma preocupação”, mas reforçou a importância de estar presente na região.
“Estou muito feliz por poder visitar o Líbano, a mensagem será uma palavra de paz ou uma palavra de esperança, especialmente neste ano do Jubileu da Esperança”, disse, em resposta a um jornalista libanês.
Sobre a Turquia, o pontífice recordou que a visita nasce para “celebrar os 1700 anos do Credo do Concílio de Niceia”, sublinhando a importância do encontro com o patriarca ecuménico Bartolomeu (Igreja Ortodoxa).
“Penso que será uma oportunidade excecional para promover a unidade entre todos os cristãos”, afirmou, referindo que a unidade na fé pode ser também “uma fonte de paz para todo o mundo”.
A primeira etapa da viagem, de 27 a 30 de novembro, leva o Papa à Turquia, um país onde a comunidade católica é uma minoria, representando apenas 0,04% da população (cerca de 33 mil católicos num universo de 85,8 milhões de habitantes).
O logótipo da visita à Turquia destaca o mote “Um só Senhor, uma só fé, um só batismo”, com o desenho do Ponte dos Dardanelos a simbolizar a união entre a Ásia e a Europa.
No domingo, 30 de novembro, o Papa segue para o Líbano, país com mais de 2 milhões de católicos (cerca de 45% da população) e uma estrutura eclesiástica composta por 24 circunscrições e mais de mil paróquias.
Sob o lema “Bem-aventurados os obreiros da paz”, esta etapa visa manifestar solidariedade à população libanesa e encorajar a reconciliação num contexto regional complexo.
Francisco visitou a Turquia em 2014 e Bento XVI esteve no país em 2006, seguindo os passos de Paulo VI, em 1964, e João Paulo II, em 1979.
Três Papas visitaram o Líbano, na época contemporânea: Paulo VI, em 1964; João Paulo II, em 1997; e Bento XVI, em 2012.
OC
