Discurso ao corpo diplomático lembrou ainda crises no Haiti, Bolívia, Nicarágua e Colômbia
Cidade do Vaticano, 09 jan 2025 (Ecclesia) – O Papa apelou hoje à libertação de presos políticos e fim da violência na Venezuela, num encontro com embaixadores dos cinco continentes, no Vaticano.
“Penso na Venezuela e na grave crise política que está a enfrentar. Esta crise só pode ser superada através da adesão sincera aos valores da verdade, da justiça e da liberdade, através do respeito pela vida, a dignidade e os direitos de todas as pessoas – incluindo as que foram detidas na sequência dos acontecimentos dos últimos meses”, referiu o discurso dirigido aos membros do Corpo Diplomático acreditado junto da Santa Sé.
Francisco confiou a leitura do discurso a um colaborador da Secretaria de Estado do Vaticano, devido a uma constipação.
A intervenção apelou à “rejeição de todo o tipo de violência” e ao “início de negociações baseadas na boa-fé e com o objetivo do bem comum”, na Venezuela.
Na última sexta-feira, o governo venezuelano convocou 1200 militares com o objetivo de “garantir a paz” antes da tomada de posse do presidente Maduro; os resultados são contestados pelo candidato da oposição, González Urrutia, o qual anunciou a intenção de se empossados como chefe de Estado para o mandato 2025-2031.
“É doloroso constatar que subsistem, sobretudo no continente americano, vários contextos de aceso confronto político e social”, indicou o Papa, no tradicional encontro para os cumprimentos de Ano Novo, no Palácio Apostólico.
A intervenção alertou para a violência no Haiti, pedindo que se “possam dar os passos necessários para restabelecer a ordem democrática” no país, falando ainda das crises políticas e económicas na Bolívia e na Colômbia.
“Por fim, penso na Nicarágua, onde a Santa Sé, que está sempre disponível para um diálogo respeitoso e construtivo, segue com preocupação as medidas tomadas contra pessoas e instituições da Igreja e espera que a liberdade religiosa e outros direitos fundamentais sejam devidamente garantidos a todos”, acrescentou o Papa.
184 Estados, incluindo Portugal, têm atualmente relações diplomáticas plenas com a Santa Sé, a que se somam a União Europeia e a Ordem Soberana e Militar de Malta.
OC