Vaticano: Papa pede defesa das «raízes judaico-cristãs» da Europa e atenção aos «marginalizados»

Leão XIV delegação do Grupo dos Conservadores e Reformistas, do Parlamento Europeu

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 09 dez 2025 (Ecclesia) – O Papa recebeu uma delegação do Grupo dos Conservadores e Reformistas (ECR), do Parlamento Europeu, junto dos quais defendeu que a identidade do continente só se entende através das suas “raízes judaico-cristãs”.

“A identidade europeia só pode ser compreendida e promovida em referência às suas raízes judaico-cristãs”, afirmou Leão XIV, acrescentando que este património inclui os “tesouros culturais das imponentes catedrais” e o desenvolvimento das universidades.

Perante a delegação de eurodeputados reunida em Roma, o pontífice sublinhou que a proteção do legado religioso não é apenas uma questão de tradição, mas o reconhecimento de um facto histórico que moldou a civilização ocidental.

A intervenção, divulgada pela sala de imprensa da Santa Sé, alertou que estes princípios éticos são essenciais para salvaguardar o valor de cada pessoa, “desde a conceção até à morte natural”, e fundamentais para responder a desafios como a “pobreza, exclusão social” e a “crise climática em curso”.

“Garantir que a voz da Igreja, nomeadamente através da sua doutrina social, continue a ser ouvida não significa restaurar uma época passada, mas sim garantir que os recursos essenciais para a cooperação e integração futuras não se percam”, declarou Leão XIV.

O Papa recordou a responsabilidade de quem ocupa cargos de destaque, encorajando-os a “nunca perderem de vista os esquecidos, os marginalizados”, aqueles a quem Jesus Cristo chamou “os mais pequeninos”.

Leão XIV apelou a uma cultura de debate marcada pela “cortesia e respeito”, considerando que a capacidade de dialogar com oponentes testemunha a “reverência pela dignidade dada por Deus a todos os homens e mulheres”.

O Papa citou São Tomás Moro, padroeiro dos políticos, como inspiração para a defesa da consciência, e recuperou o pensamento de Bento XVI sobre a necessidade de diálogo entre o “mundo da razão e o mundo da fé”.

O Grupo dos Conservadores e Reformistas, criado em 2009, é uma das maiores forças políticas no Parlamento Europeu; assume uma perspetiva conservadora baseada na consideração da União como uma construção eminentemente económica, assente no mercado interno, e encarando a cooperação política como idealmente intergovernamental.

OC

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