Francisco recebeu membros da Academia Pontifícia das Ciências
Cidade do Vaticano, 12 nov 2018 (Ecclesia) – O Papa Francisco apelou hoje à intervenção da comunidade científica para convencer os governantes a abandonar armas nucleares, durante um encontro com membros da Academia Pontifícia das Ciências (Santa Sé).
“Peço aos cientistas uma colaboração ativa, a fim de convencer os governantes da inaceitabilidade ética de tal armamento [nuclear], por causa dos danos irreparáveis que causa à humanidade e ao planeta”, referiu, numa intervenção divulgada pelo Vaticano.
Num discurso sobre a missão confiada aos cientistas, o Papa abordou a “imensa crise das mudanças climáticas” e a “ameaça nuclear”, reiterando “a importância fundamental” de trabalhar em favor de um mundo sem armas atómicas.
O pontífice lamentou a falta de “vontade política e determinação” para travar a “corrida armamentista e pôr fim às guerras”.
Francisco pediu, depois, uma aposta séria nas energias renováveis, nos programas destinados a “a garantir água, alimento e saúde para todos”, bem como a “investir no bem comum os enormes capitais que permanecem inativos em paraísos fiscais”.
“Há ainda um longo caminho a ser feito para um desenvolvimento integral e sustentável”, sublinhou o Papa, para quem este objetivo só será atingido com “uma mudança de estilo de vida”.
80 participantes na plenária da Academia Pontifícia das Ciências estão reunidos desde esta segunda-feira no Vaticano, no âmbito da assembleia do organismo vaticano que prossegue até quarta-feira, congregando académicos de vários países, crenças religiosas e convicções ideológicas.
“Eu gostaria de ser, ao vosso lado, advogado dos povos aos quais não chegam os benefícios do vasto conhecimento humano e as suas conquistas, especialmente em questões de alimentação, saúde, educação, conetividade, bem-estar e paz”, declarou.
OC