Vaticano: Papa pede a políticos libaneses que superem impasse político e respondam às necessidades da população

Francisco destaca clima de diálogo com responsáveis islâmicos, após viagem ao Barém

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 06 nov 2022 (Ecclesia) – O Papa assumiu hoje a sua preocupação com a crise política e económica no Líbano, pedindo aos responsáveis do país que respondam às necessidades da população.

“O Líbano é uma dor para mim. Porque o Líbano não é um país em si mesmo, um Papa disse-o antes de mim, o Líbano não é um país, é uma mensagem. O Líbano tem um significado muito grande para todos nós. E o Líbano está a sofrer neste momento”, declarou Francisco, no voo de regresso a Roma, após uma viagem de quatro dias ao Barém.

O presidente libanês, Michel Aoun, terminou em outubro o seu mandato, sem que tivesse acontecido a eleição de um sucessor, num país que enfrenta graves dificuldades económicas.

“Eu rezo e aproveito esta oportunidade para fazer um apelo aos políticos libaneses: deixem os interesses pessoais de lado, olhem para o país e concordem entre si. Primeiro Deus, depois a pátria, depois os interesses”, declarou o Papa.

Foto: Lusa/EPA

Francisco apelou à ajuda de todos para que “o Líbano recupere a sua grandeza”.

“Vocês, jornalistas, olhem para o Líbano e falem sobre ele para aumentar a consciencialização”, acrescentou.

A conferência de imprensa começou com uma avaliação da 39ª viagem internacional do pontificado, que Francisco considerou marcada pelo “diálogo” com o Islão e outros responsáveis cristãos.

O Papa elogiou o reino da Península Arábica pela sua “cultura aberta a todos” e mostrou-se “impressionado” pela quantidades de imigrantes cristãos a viver no país.

Francisco conversou sentado, com os jornalistas, por causa do problema que o tem afetado num joelho, há vários meses.

Questionado sobre o novo governo da Itália e a crise migratória, o Papa defendeu que a resposta é comunitária, pelo que “a União Europeia deve assumir uma política de colaboração e ajuda”.

“Não pode deixar Chipre, Grécia, Itália e Espanha com a responsabilidade de todos os migrantes que chegam às suas praias. A política dos governos até agora tem sido salvar vidas, isso é verdade”, observou.

OC

O Papa fez até hoje 39 viagens internacionais, nas quais visitou 58 países: Brasil, Jordânia, Israel, Palestina, Coreia do Sul, Turquia, Sri Lanka, Filipinas, Equador, Bolívia, Paraguai, Cuba, Estados Unidos da América, Quénia, Uganda, República Centro-Africana, México, Arménia, Polónia, Geórgia, Azerbaijão, Suécia, Egito, Portugal, Colômbia, Mianmar, Bangladesh, Chile, Perú, Bélgica, Irlanda, Lituânia, Estónia, Letónia, Panamá, Emirados Árabes Unidos, Marrocos, Bulgária, Macedónia do Norte, Roménia, Moçambique, Madagáscar, Maurícia, Tailândia, Japão, Iraque, Eslováquia, Chipre, Grécia (após ter estado anteriormente em Lesbos),  Malta, Canadá, Cazaquistão e Barém; Estrasburgo (França) – onde esteve no Parlamento Europeu e o Conselho da Europa -, Tirana (Albânia), Sarajevo (Bósnia-Herzegovina), Genebra (Suíça) e Budapeste (Hungria), para o encerramento do Congresso Eucarístico Internacional.

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Agência ECCLESIA

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