Francisco explica que tem acompanhado a Ordem «com paternal solicitude e preocupação»
Cidade do Vaticano, 03 set 2022 (Ecclesia) – O Papa Francisco promulgou hoje a nova Carta Constitucional e o Código da Ordem de Malta, num decreto onde revoga os Altos Cargos, a dissolução do atual conselho soberano, nomeou um conselho provisório, e convocou um Capítulo Geral Extraordinário.
“A Ordem Soberana e Militar Hospitalar de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta sempre teve de proteção especial por parte da Sé Apostólica”, começa por assinalar o Papa, no decreto publicado pela Sala de Imprensa da Santa Sé.
Francisco explica também que, ao longo dos séculos, os Papas “intervieram” na Ordem de Malta para afirmar a identidade, “manter a operatividade, para ajudar a superar crises”, para garantir a existência e o desenvolvimento da ordem, também nas suas “prerrogativas de soberania no âmbito internacional”.
O Papa explicou que ao longo dos anos acompanhou “com paternal solicitude e preocupação” o progresso da Ordem de Malta, apreciando as suas obras nas várias partes do mundo, “também graças à generosa contribuição dos membros e voluntários”, e também constatando a necessidade de “iniciar uma profunda renovação espiritual, moral e institucional de toda a ordem”, especialmente e não apenas dos membros da Primeira Classe, mas também dos da Segunda Classe.
Segundo Francisco, um “importante trabalho de reforma” que confiou ao seu Delegado Especial, o cardeal Silvano Maria Tomasi, que também foi encarregado de revisar a carta constitucional e o código, e preparar, junto com o tenente Grão-Mestre, o Capítulo Geral Extraordinário.
“Foram dados muitos passos, mas também muitos foram os impedimentos e dificuldades encontrados ao longo do caminho”, acrescentou.
O Papa convocou um Capítulo Geral Extraordinário para a Soberana e Militar Hospitalar de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta, para 25 de janeiro de 2023, quando a Igreja celebra a festa da Conversão de São Paulo, e confirmou “todas as faculdades atribuídas no passado” ao seu delegado especial, D. Silvano Maria Tomasi, “até a conclusão” desta reunião magna.
No decreto publicado pela Sala de Imprensa, Francisco também nomeou o Conselho Soberano Provisório, divulgando os 13 nomes escolhidos.
A Ordem Soberana e Militar de Malta é sujeito de direito internacional, tendo o seu grão-mestre o estatuto de chefe de Estado; em Portugal, a ordem é representada, a nível diplomático, pela sua Embaixada e pela Assembleia dos Cavaleiros Portugueses da Ordem de Malta, que desenvolve todos os trabalhos de caráter humanitário e assistencial.
CB