Vaticano: Papa lembra Ucrânia e vítimas das guerras «esquecidas»

«Interessemo-nos pelo que acontece, ajudemos quem sofre e rezemos», pede Francisco

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 02 jul 2023 (Ecclesia) – O Papa recordou hoje, no Vaticano, as vítimas do conflito na Ucrânia e nas guerras “esquecidas”, em várias partes do mundo, apelando à solidariedade e oração das comunidades católicas.

“Mesmo neste período estivo, não nos cansemos de rezar pela paz, de modo especial pelo povo ucraniano, tão provado”, disse, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação da oração do ângelus.

Na última semana, Francisco enviou dois representantes para a frente do conflito, no leste da Europa: o esmoler pontifício, cardeal Konrad Krajewski, visitou a Ucrânia em missão solidária e o cardeal Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha, esteve em Moscovo, como enviado especial de paz.

Perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, o Papa pediu atenção às outras guerras, “infelizmente esquecidas, muitas vezes”, bem como a “numerosos conflitos e confrontos que mancham de sangue muitos lugares da terra”.

“Há tantas guerras, hoje: interessemo-nos pelo que acontece, ajudemos quem sofre e rezemos, porque a oração é a força mansa que protege e sustenta o mundo”, acrescentou.

Cerca de duas semanas após a divulgação do novo documento de trabalho do Sínodo 2021-2024, Francisco dedicou a sua reflexão inicial à necessidade de criar, na Igreja, um “clima de escuta de Deus e dos irmãos”.

“O Espírito distribuiu dons de profecia no santo povo de Deus: por isso é bom ouvir todos. Por exemplo, quando é preciso tomar uma decisão importante, é bom primeiro rezar, invocar o Espírito, mas depois escutar e dialogar, na confiança de que todos, mesmo o mais pequenino, têm algo importante a dizer, um dom profético para compartilhar”, sustentou.

O Papa desejou que todas as pessoas se sintam “acolhidas e valorizadas como dons, pelo que são”, sublinhando que todos precisam de “aprender com os outros”.

A intervenção falou de “dons proféticos” e distinguiu o profeta, no sentido cristão, de alguém imaginado como “mágico que prediz o futuro”.

“Esta é uma ideia supersticiosa e o cristão não acredita em superstições, como magia, cartas, horóscopos ou coisas semelhantes”, advertiu o pontífice.

Francisco precisou que o profeta é quem “ajuda os outros a ler o presente sob a ação do Espírito Santo”.

“No Evangelho, o Senhor também pede para acolher os profetas; por isso é importante acolher-nos como tais, como portadores de uma mensagem de Deus, cada um segundo o seu estado e vocação, e fazê-lo onde vivemos: na família, na paróquia, nas comunidades religiosas, nas outras áreas da Igreja e da sociedade”, prosseguiu.

A recitação do ângelus é o único compromisso público da agenda papal, durante o mês de julho, que Francisco reserva habitualmente para um período de descanso.

A Prefeitura da Casa Pontifícia informou que, até ao final do mês, “como habitualmente, estão suspensas as audiências gerais, particulares e especiais”.

De 2 a 6 de agosto, Francisco visita Portugal, para presidir à JMJ Lisboa 2023, passando pelo Santuário de Fátima na manhã do dia 5.

OC

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