Francisco encontrou-se com cerca de seis mil estudantes, professores e diretores das «Escolas da Paz»
Cidade do Vaticano, 19 abr 2024 (Ecclesia) – O Papa recordou hoje, no Vaticano, o sofrimento das crianças em Gaza, vítimas da guerra, num encontro com cerca de seis mil estudantes, professores e diretores das ‘Escolas da Paz’.
“Gostaria de vos falar durante dois minutos sobre a guerra: pensem nas crianças que estão em guerra, pensem nas crianças ucranianas que se esqueceram de sorrir. Rezem por essas crianças, ponham-nas no vosso coração. As crianças que estão em guerra. Pensem nas crianças de Gaza, metralhadas, que têm fome. Pensem nas crianças”, disse.
Francisco pediu aos presentes um “breve” momento de silêncio por estas crianças.
“Que cada um tenha no seu coração as crianças ucranianas, que se esquecem de sorrir, e as crianças de Gaza, que sofrem sob o fogo das metralhadoras”, insistiu.
Os participantes levaram ao Auditório Paulo VI faixas e cartazes com apelos à paz e agradecimentos ao Papa, pedindo um “cessar-fogo”.
A iniciativa apontou à celebração da primeira Jornada Mundial da Criança, convocada pelo Papa para os dias 25 e 26 de maio, e faz parte de um programa de educação cívica, a ‘Cimeira do Futuro’ da ONU, que vai decorrer em setembro, na cidade norte-americana de Nova Iorque.
“Todos nós somos desafiados a construir um futuro melhor e, acima de tudo, devemos construí-lo juntos! Não podemos simplesmente delegar as preocupações com o mundo que há de vir e a resolução dos seus problemas nas instituições responsáveis e naqueles que têm responsabilidades sociais e políticas particulares”, advertiu Francisco, numa intervenção saudada com várias salvas de palmas, da assembleia.
O Papa defendeu a necessidade de “passar do eu para o nós”, no mundo globalizado.
A intervenção sublinhou a importância de tornar os jovens “protagonistas” do futuro, com “a coragem e a criatividade de um sonho coletivo, que anime um compromisso constante para enfrentar juntos as crises ambientais, económicas, políticas e sociais” da atualidade.
Francisco, que interpelou várias vezes os alunos presentes, em diálogo, afirmou que a paz “não é apenas o silêncio das armas e a ausência de guerra”, mas “um clima de benevolência, de confiança e de amor que pode amadurecer numa sociedade fundada em relações de cuidado”.
“Que também vós vos preocupeis sempre com o destino do nosso planeta e dos vossos semelhantes; que vos preocupeis com o futuro que se abre diante de nós, para que seja verdadeiramente como Deus o sonha para todos: um futuro de paz e de beleza para toda a humanidade”, concluiu.
OC