Vaticano: Papa lembra famílias que sofrem por causa da guerra, evocando Ucrânia e Médio Oriente

Leão XIV presidiu a Missa conclusiva do Jubileu das famílias, das crianças, dos avós e dos idosos, deixando mensagem de esperança para o futuro

Cidade do Vaticano, 01 jun 2025 (Ecclesia) – O Papa evocou hoje as famílias que sofrem por causa da guerra, falando no final da Missa a que presidiu na Praça de São Pedro, perante dezenas de milhares de pessoas.

“Que a Virgem Maria abençoe as famílias e as sustente nas suas dificuldades: penso especialmente naquelas que sofrem por causa da guerra no Médio Oriente, na Ucrânia e noutras partes do mundo. Que a Mãe de Deus nos ajude a caminhar juntos na estrada da paz”, disse, após a recitação da oração do ‘Regina Coeli’.

Leão XIV dirigiu-se aos participantes no Jubileu das famílias, das crianças, dos avós e dos idosos, que se celebrou nos últimos dias, em Roma, um dos grandes eventos do Ano Santo dedicado à esperança, com delegações de 131 países, incluindo Portugal.

“Estou feliz por acolher tantas crianças, que reavivam a nossa esperança! Saúdo todas as famílias, pequenas igrejas domésticas, nas quais o Evangelho é acolhido e transmitido. A família – dizia São João Paulo II – tem origem no amor com que o Criador abraça o mundo criado”, referiu.

Que a fé, a esperança e a caridade cresçam sempre nas nossas famílias. Uma saudação especial aos avós e aos idosos. Vocês são um modelo genuíno de fé e inspiração para as jovens gerações. Obrigado por terem vindo!”

Na homilia da celebração, o Papa convidou a refletir sobre o “grande projeto” de Jesus, a unidade, “que diz respeito a toda a humanidade”.

“Trata-se do maior bem que possa ser desejado, porque esta união universal realiza entre as criaturas a comunhão eterna de amor em que se identifica o próprio Deus, como Pai que dá a vida, Filho que a recebe e Espírito que a partilha”, sustentou.

Leão XIV precisou que esta unidade não faz das pessoas “uma massa indistinta, como um bloco sem nome”.

“A unidade pela qual Jesus reza é, portanto, uma comunhão fundada no mesmo amor com que Deus ama, do qual provêm a vida e a salvação”, precisou.

A reflexão sublinhou a misericórdia de Deus, que “ama em primeiro lugar”, como acontece nas famílias.

“Assim que nascemos, tivemos necessidade dos outros para viver, já que sozinhos não teríamos conseguido: foi outra pessoa que nos ajudou, cuidando de nós, do nosso corpo e do nosso espírito. Assim sendo, todos nós vivemos graças a uma relação, ou seja, a um vínculo livre e libertador de humanidade e de cuidado recíproco”, acrescentou.

O Papa lamentou que essa liberdade seja, por vezes, usada “não para dar a vida, mas para tirá-la; não para socorrer, mas para ofender”.

Estamos aqui para sermos “um”, como o Senhor nos quer “um”, nas nossas famílias e onde quer que vivamos, trabalhemos e estudemos: diferentes, mas um; muitos, mas um; sempre, em todas as circunstâncias e em todas as etapas da vida.”

A homilia deixou um apelo a ser “sinal de paz para todos na sociedade e no mundo.

“Das famílias nasce o futuro dos povos”, apontou.

Leão XIV recordou vários casais que foram proclamados beatos e santos, como Luís e Zélia Martin, pais de Santa Teresinha do Menino Jesus, Luís e Maria Beltrame Quattrocchi ou família polaca Ulma.

“O mundo de hoje precisa da aliança conjugal para conhecer e acolher o amor de Deus e superar, com a sua força que une e reconcilia, as forças que desagregam as relações e as sociedades”, assinalou o pontífice.

A homilia apresentou o casamento como a “regra do verdadeiro amor entre o homem e a mulher; amor total, fiel, fecundo” e convidou os pais a educar os filhos “para a liberdade através da obediência”.

A Igreja Católica está a celebrar o 27.º jubileu ordinário da história, por iniciativa do Papa Francisco, que o dedicou ao tema da esperança.

OC

No final da Missa, Leão XIV recordou que este sábado, em Braniewo, na Polónia, foram beatificadas Cristofora Klomfass e 14 irmãs da Congregação de Santa Catarina Virgem e Mártir, mortas em 1945 pelos soldados do Exército Vermelho em territórios da atual Polónia.

“Apesar do clima de ódio e terror contra a fé católica, elas continuaram a servir os doentes e os órfãos. À intercessão das novas Beatas mártires confiamos todas as religiosas que no mundo se dedicam generosamente ao Reino de Deus”, declarou.

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