Francisco denunciou novas formas de escravidão
Cidade do Vaticano, 05 jun 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco lamentou hoje a marginalização e hostilidade contra as comunidades ciganas, pedindo políticas de integração que as ajude na “observância dos deveres e na promoção dos direitos de cada um”.
“Vistos por vezes com hostilidade e suspeita, à margem da sociedade, os ciganos são pouco envolvidos nas dinâmicas políticas, económicas e sociais”, disse, perante dos participantes do encontro mundial de responsáveis pela ação da Igreja Católica junto das comunidades ciganas, que o Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes, da Santa Sé, promove entre hoje e amanhã.
Os trabalhos, dedicados ao tema ‘A Igreja e os Ciganos: anunciar o Evangelho nas Periferias’, contam com a participação de representantes de 26 países, incluindo Portugal, através de D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga e presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana.
"É necessária, hoje mais do que nunca, a elaboração de novas abordagens no âmbito civil, social e cultural, assim como na estratégia pastoral da Igreja, para enfrentar os desafios que emergem de formas modernas de perseguição, opressão e, por vezes, também de escravidão", apelou Francisco.
O Papa falou de uma realidade “complexa” que leva à existência de preconceitos.
“Lembro-me que às vezes, aqui em Roma, quando entravam ciganos no autocarro o motorista dizia: ‘Cuidado com as carteiras’. Isto é desprezo”, lamentou.
Francisco apelou a um compromisso comum da Igreja, das instituições e da comunidade internacional para identificar projetos que ajudem a melhor as condições de vida dos ciganos no que diz respeito ao acesso à saúde, educação, formação cultural e profissional.
“São as pessoas menos protegidas, de facto, que caem na armadilha da exploração, da mendicidade forçada e de várias formas de abuso. Os ciganos estão entre os mais vulneráveis, sobretudo quando faltam ajudas para a integração e a promoção da pessoa nas várias dimensões da vida civil”, declarou.
O Papa deixou ainda uma palavra de valorização do contributo da Igreja Católica, neste contexto.
“O Evangelho é anúncio da alegria para todos, especialmente os fracos e marginalizados”, disse.
OC