Vaticano: Papa internado com infeção respiratória (atualizada)

Francisco regressa ao Hospital Gemelli, onde esteve em 2023 e 2021

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 14 fev 2025 (Ecclesia) – O Vaticano anunciou esta tarde que o Papa tem uma infeção respiratória, tendo iniciado tratamento no Hospital Gemelli, de Roma.

“O Santo Padre, na sequência da exacerbação da bronquite nos últimos dias, foi submetido a exames especializados e iniciou uma terapia medicamentosa hospitalar”, refere a nota enviada aos jornalistas.

“Os primeiros exames efectuados revelam uma infeção das vias respiratórias”, acrescenta o comunicado.

Segundo o Vaticano, Francisco tem uma “ligeira febre” e apresenta sintomas clínicos “discretos”.

“O Papa está sereno, de bom humor, até leu alguns jornais”, informou o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, citado pela imprensa italiana.

A Santa Sé tinha informado ao final da manhã que o Papa vai ficar internado no Hospital Gemelli, em Roma, para “prosseguir o tratamento da bronquite” que o tem afetado nos últimos dias.

“Esta manhã, no final das audiências, o Papa Francisco foi internado na Policlínica Agostino Gemelli para efetuar alguns exames de diagnóstico necessários e para prosseguir o tratamento da bronquite, ainda em curso, em ambiente hospitalar”, refere uma nota enviada aos jornalistas pela Sala de Imprensa da Santa Sé.

Nas últimas intervenções públicas, o Papa abdicou das leituras dos textos que tinha preparado, assumindo dificuldades respiratórias.

Esta quarta-feira, na audiência geral, Francisco deixou a leitura da intervenção preparada aos cuidados do padre Pierluigi Giroli, funcionário da Secretaria de Estado.

“Com a minha bronquite, ainda não posso. Espero que, da próxima vez, possa”, referiu aos peregrinos.

Já em 2023, o Papa tinha sido internado a 29 de março, por causa de uma infeção respiratória, no Gemelli, tendo recebido alta a 1 de abril.

O mesmo Hospital viria a recebê-lo, três meses depois, para uma operação a uma hérnia abdominal.

A 4 de julho de 2021, também no Hospital Gemelli, Francisco tinha sido submetido a outra intervenção, por causa de uma “estenose diverticular sintomática do cólon”, permanecendo internado durante dez dias.

O Papa está internado no 10.º andar do Hospital Universitário Agostino Gemelli que o recebeu anteriormente, bem como, em várias ocasiões, ao Papa João Paulo II, a última das quais em 2005, pouco antes da sua morte, a 2 de abril.

O portal de notícias do Vaticano refere que Francisco “manteve intacta a sua agenda de compromissos agendados, todos eles na Casa Santa Marta”, incluindo um encontro de meia hora com Robert Fico e outro com o primeiro-ministro da República Eslovaca.

O Papa recebeu em audiência também o cardeal Luis Antonio G. Tagle, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização; Mark Thompson, presidente e diretor-executivo da CNN; os membros da Fundação Gaudium et Spes; e Marco Impagliazzo, presidente da Comunidade de Santo Egídio.

A agenda de Francisco foi cancelada, até 17 de fevereiro.

Antes deste quarto internamento no hospital romano, o Papa tinha sofrido uma queda, a 16 de janeiro, sofrendo uma contusão no antebraço direito; outra queda, no início de dezembro de 2024, deixou marcas visíveis no queixo.

Francisco tem vindo ainda a sofrer limitações de mobilidade, nos últimos anos, devido a um problema num joelho que o obriga a deslocar-se em cadeira de rodas.

Jorge Mario Bergoglio, de 88 anos, é natural de Buenos Aires, na Argentina; na sua juventude, foi operado a um pulmão, parcialmente retirado.

A 13 de março de 2013 foi eleito como sucessor de Bento XVI, escolhendo o inédito nome de Francisco; é o primeiro Papa jesuíta na história da Igreja Católica e também o primeiro pontífice sul-americano.

Na sua primeira autobiografia, ‘Esperança’, publicada em Janeiro, Francisco reflete sobre os seus problemas de saúde e diz não ter ainda colocado a possibilidade de renunciar ao pontificado.

“Cada vez que um Papa está doente sente-se soprar um pouco de vento de conclave, mas a realidade é que nem nos dias das operações cirúrgicas pensei em renunciar, a não ser para dizer que, para todos, é sempre uma possibilidade e que desde o momento da eleição tinha entregue ao cardeal camerlengo uma carta de renúncia, em caso de impedimento por motivos médicos”, explica.

OC

Notícia atualizada às 17h48

 

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