Organismo evoca magistério de humildade e proximidade de uma figura marcante na história da Igreja Católica
Cidade do Vaticano, 28 abr 2020 (Ecclesia) – O Vaticano anunciou hoje a criação de uma fundação dedicada a João Paulo I, Papa durante 33 dias em 1978, por decisão de Francisco.
O novo organismo, presidido pelo cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, quer destacar a “atualidade” do magistério de Albino Luciani, sucessor de São Paulo VI.
“Proximidade, humildade, simplicidade, insistência na misericórdia de Deus, amor ao próximo e solidariedade são as suas características salientes”, refere uma nota divulgada pelo Vaticano.
João Paulo I foi Papa entre 26 de agosto e 28 de setembro de 1978.
A Fundação visa proteger e preservar o património cultural e religioso deixado por Albino Luciani, “um ponto de referência na história da Igreja universal, cuja importância é inversamente proporcional à duração do seu brevíssimo pontificado”.
O cardeal Parolin refere que João Paulo I foi “um pastor próximo do povo, centrado no essencial da fé e com uma extraordinária sensibilidade social”.
“Foi um bispo que viveu a experiência do Concílio Ecuménico Vaticano II e aplicou-o; no seu breve pontificado fez progredir a Igreja ao longo dos principais caminhos por ele indicados: o regresso às fontes do Evangelho e um renovado espírito missionário, a colegialidade episcopal, o serviço na pobreza eclesial, a busca da unidade dos cristãos, o diálogo inter-religioso, o diálogo com a contemporaneidade e o diálogo internacional, conduzido com perseverança e determinação, em favor da justiça e da paz”, refere o presidente do novo organismo.
Em novembro de 2017, Francisco aprovou a publicação do decreto que reconheceu as “virtudes heroicas” de João Paulo I.
Albino Luciani nasceu em Canale d’Agordo, Diocese de Belluno, no Véneto, a 17 de outubro de 1912; era patriarca de Veneza quando foi eleito Papa a 26 de agosto de 1978, assumindo o nome de João Paulo I; ficou conhecido como o “Papa do Sorriso”.
Foi o primeiro pontífice, desde Clemente V, a recusar uma coroação formal e não quis ser carregado na cadeira gestatória.
OC