Leão XIV assinalou que a Igreja pede aos religiosos e consagrados que sejam «testemunhas especiais nas várias dimensões de sua vida»

Cidade do Vaticano, 10 out 2025 (Ecclesia) – O Papa recebeu hoje milhares de participantes do Jubileu da Vida Consagrada, a quem pediu que “trabalhem para se tornar sempre mais ‘especialistas de sinodalidade’, profetas ao serviço do povo”.
“A Igreja pede-lhes hoje que sejam testemunhas especiais nas várias dimensões de sua vida, em primeiro lugar caminhando em comunhão com toda a grande família de Deus, sentindo-a como Mãe e Mestra, compartilhando a alegria de sua vocação e também, onde necessário, superando divisões, perdoando injustiças sofridas, pedindo perdão pelos fechamentos ditados pela autorreferencialidade”, disse Leão XIV, na manhã desta sexta-feira, no Auditório Paulo VI, Vaticano.
O primeiro pontífice da Ordem de Santo Agostinho (agostinianos), da qual foi responsável mundial, referiu-se aos campos de atuação dos consagrados e consagradas – como a fraternidade, junto aos pobres e no cuidado da criação -, mas pediu atenção particular à promoção da sinodalidade, recuperando a definição de “diálogo doméstico”, de São Paulo VI.
Leão XIV acrescentou que é essa s missão entusiasmante que hoje é confiada aos consagrados, para uma contínua renovação do Corpo de Cristo nas relações, nos processos e nos métodos.
“Trabalhem para tornarem-se, dia após dias, cada vez mais ‘especialistas de sinodalidade’, para serem profetas a serviço do povo de Deus”, acrescentou.
O Papa, um dia depois de ter presidido à Missa do Jubileu da Vida Consagrada, que reuniu milhares de pessoas na Praça de São Pedro, onde sublinhou a importância do “despojamento” na espiritualidade cristã, esta sexta-feira, salientou também que a Igreja precisa desta diversidade e riqueza das formas de consagração e de ministério.
“Com esta vitalidade e com o testemunho de uma vida onde Cristo é o centro e o Senhor, vocês podem contribuir a ‘despertar o mundo’. Neste sentido, deve-se reiterar sempre quando seja importante para todos vocês estar radicados”, desenvolveu Leão XIV.
Segundo o Papa, os consagrados podem tornar-se um “traçado de um caminho luminoso no grande projeto de paz e salvação” que Deus tem para a humanidade, incentivou que “voltem ao coração”, como local no qual redescobrir a centelha que animou o início da própria vocação, e assinalou que são portadores e testemunhas da profunda necessidade de esperança e paz que habita o coração de cada homem e mulher deste tempo.
Leão XIV lembrou, como dizia o Papa Francisco, que a sua esperança “não se baseia em números ou obras, mas Naquele” em quem depositam a confiança e para o qual nada é impossível.
“Caríssimos, continuem com esta confiança o caminho! Eu agradeço pela fidelidade e pelo grande bem que fazem na Igreja e no mundo. E prometo uma lembrança especial na oração. Eu os abençoo de coração!”.
O Jubileu da Vida Consagrada reuniu religiosos e religiosas, monges e contemplativas, membros de institutos seculares e da Ordem das Virgens, eremitas e membros de novos Institutos de várias partes do mundo.
Na Igreja Católica, a Vida Consagrada é constituída por homens e mulheres que se comprometeram, pública e oficialmente, a viver (individualmente ou em comunidade) os votos de pobreza, castidade e obediência para toda a vida.
A Igreja Católica está a celebrar o Ano Santo 2025, o 27.º jubileu ordinário da sua história, até dia 6 de janeiro de 2026; uma iniciativa do Papa Francisco, que o dedicou ao tema da esperança, e está a ser continuado com o pontificado de Leão XIV.
CB/OC
Vaticano: Leão XIV destaca centralidade do «despojamento» na Vida Consagrada