Leão XIV encerrou audiências de sábado com 6 mil italianos, em peregrinação jubilar, na Basílica de São Pedro
Cidade do Vaticano, 13 set 2025 (Ecclesia) – O Papa disse que “qualquer esforço para melhorar as condições ambientais e sociais” do mundo “requer o compromisso de todos”, aos participantes do simpósio da Academia Pontifícia de Teologia, num discurso onde destacou o impulso missionário e dialogal da futura ação teológica.
“Uma teologia baseada no encontro pessoal e transformador com Cristo e que se esforce para encarnar-se nos eventos concretos da humanidade de hoje”, foi o convite de Leão XIV, na audiência, aos participantes do simpósio da Academia Pontifícia de Teologia, na Sala Clementina do Vaticano.
O Papa explicou que para que o ‘diálogo ad extra’ aconteça é preciso do diálogo ad intra, “ou seja, entre os teólogos, cientes de que o rosto de Deus só pode ser buscado caminhando juntos”, e espera que a Academia “se torne um lugar de encontro e de amizade entre os teólogos, um lugar de comunhão e partilha”, onde seja possível caminhar “juntos em direção a Cristo”.
Leão XIV referiu que a Doutrina Social da Igreja é um testemunho significativo do saber da fé a serviço do ser humano, em todas as suas dimensões, e afirmou que “a teologia é diretamente interpelada por isso, pois não basta uma abordagem exclusivamente ética ao complexo mundo da inteligência artificial”.
“É necessário, ao invés disso, referir-se a uma visão antropológica que fundamente a ação ética e, portanto, retornar à pergunta de sempre: quem é o ser humano, qual é a sua dignidade infinita, que é irredutível a qualquer androide digital?”, explicou.

O Papa, que teve como bússola a Carta Apostólica ‘Ad theologiam promovendam’ que apresenta os novos estatutos da Academia Pontifícia de Teologia, destacou o impulso missionário e dialogal da futura ação teológica e realçou que a obra de evangelização “é constantemente interpelada pelos contextos culturais e exige uma teologia ‘em saída’”, por ser dirigida a cada pessoa em todos os tempos.
“A teologia é, portanto, essa sabedoria que abre horizontes existenciais maiores, dialogando com as ciências, a filosofia, a arte e a totalidade da experiência humana. O teólogo ou a teóloga é uma pessoa que vive, em seu próprio ato de fazer teologia, a ansiedade missionária de comunicar a todos o ‘saber’ e o ‘sabor’ da fé, para que ela possa iluminar a existência, resgatar os fracos e os excluídos, tocar e curar a carne sofredora dos pobres, nos ajudar a construir um mundo fraterno e solidário e nos conduzir ao encontro com Deus”.
‘Criação, Natureza, Ambiente para um mundo de Paz’, foi o tema do encontro internacional que encerrou o simpósio da Academia Pontifícia de Teologia, o Papa recordou que a sustentabilidade ambiental e a custódia da criação são compromissos inegociáveis para a sobrevivência do género humano.
“Qualquer esforço para melhorar as condições ambientais e sociais do nosso mundo requer o compromisso de todos”, afirmou.
Leão XIV encerrou as oito audiências, da manhã deste sábado, com cerca de 6 mil peregrinos das dioceses da região italiana da Úmbria, em peregrinação jubilar a Roma e ao Vaticano.
“Vocês vêm de uma região belíssima sob muitos aspectos: coração verde da Itália, com a sua natureza exuberante; tesouro de arte, com suas vilas e suas tradições; terra de santos e santas. Cada uma de suas comunidades poderia contar uma história única nesse sentido, evocando nomes bem conhecidos e histórias menos conhecidas”, disse o Papa, na Basílica de São Pedro.
O Papa destacou que peregrinaram de uma região que testemunha “séculos de santidade”, e, para não esquecer ninguém, lembrou que “do rio de bondade” da Úmbria veio a inspiração e a força de Carlo Acutis, o “jovem santo que foi canonizado no domingo passado”.
“Vê-los aqui juntos faz pensar precisamente na beleza do Corpo de Cristo em sua harmonia colorida. A ela remetem as paisagens das suas terras, nas quais a criação se funde com a obra do homem e a arte e a natureza se complementam mutuamente”, salientou Leão XIV aos peregrinos italianos.
CB