Vaticano: Papa Francisco vai acolher terceiro encontro mundial dos movimentos populares

Fórum destinado a dar voz àqueles que trabalham junto dos mais pobres decorre entre 2 e 5 de novembro

Cidade do Vaticano, 28 out 2016 (Ecclesia) – O Vaticano vai acolher entre 2 e 5 de novembro o terceiro encontro mundial dos movimentos populares, um projeto lançado pelo Papa Francisco que pretende dar voz àqueles que trabalham mais perto das populações carenciadas do planeta.

A apresentação do evento, que deverá reunir mais de uma centena de movimentos e organizações populares de todo o mundo, e ainda dezenas de bispos e agentes de vários órgãos da Igreja Católica, teve lugar esta sexta-feira em Roma.

D. Silvano Tomasi, do Conselho Pontifício Justiça e Paz, realçou a intenção do Papa em “sensibilizar o público em geral para a situação dos que estão na periferia da sociedade”.

“Francisco fala de um sistema político que integre os excluídos, ele demonstra a mesma sensibilidade para estas questões como a que tinha quando percorria as ruas de Buenos Aires”, frisou o arcebispo, para quem é preciso temer os “movimentos populistas” e não os populares.

Juan Grabois, do Comité Organizador do encontro mundial de Roma, explicou que esta terceira edição da iniciativa pretende ajudar a “definir propostas de ação” no campo social, depois de um primeiro encontro em 2014 (Vaticano) mais orientado para o conhecimento da realidade, e de um segundo em 2015 (Bolívia) que apostou na reflexão acerca dos desafios que preocupam os movimentos populares.

Para aquele responsável, reunir os movimentos populares mundiais foi a forma que o Papa Francisco encontrou para “trazer à tona do mundo uma realidade silenciada”.

“Temos uma quantidade enorme de organizações orientadas para os mais pobres, que não se resignam com a miséria em que muitos vivem e que procuram contrariar com a solidariedade o atual paradigma tecnocrático”, acrescentou.

O membro da organização deste encontro mundial frisou ainda a urgência dos “pobres deixarem de ser vítimas de políticas sociais definidas sem a sua participação, mas sim atores de um processo de mudança que permita a estas pessoas acederem a direitos sagrados como a terra, teto e trabalho”.

A terceira edição do Encontro Mundial dos Movimentos Populares vai decorrer entre 2 e 5 de novembro no Vaticano, terminando com uma audiência entre os participantes e o Papa.

Em 2015, na cidade de Santa Cruz de la Sierra, Francisco fez um longo discurso, no qual deixou um apelo de mudança: “Nenhuma família sem teto, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos, nenhum povo sem soberania, nenhuma pessoa sem dignidade, nenhuma criança sem infância, nenhum jovem sem possibilidades, nenhum idoso sem uma veneranda velhice”.

JCP/OC

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