Vaticano: Papa Francisco recebe Academia Pontifícia para a Vida

Organismo vai refletir sobre «Acompanhar a vida. Novas responsabilidades na era tecnológica»

Cidade do Vaticano, 05 out 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco vai receber hojeem audiência a Academia Pontifícia para a Vida (PAV) e o seu discurso vai ser a sua “Carta Magna” da reestruturada organização, que se reúne em assembleia geral.

“A situação atual, como claramente indicada pela encíclica Laudato si, exige de nós uma reflexão sobre a vida humana que leve em consideração as novas tecnologias que têm um impacto neste campo e os múltiplos fatores incidem na transformação dos contextos sociais”, disse o presidente da APV, na apresentação do encontro.

‘Acompanhar a vida. Novas responsabilidades na era tecnológica’ é o tema da assembleia-geral da Academia Pontifícia para a Vida que começou esta quinta-feira.

D. Vincenzo Paglia explicou que no workshop público e no debate interno os participantes vão abordar a “delicada ligação” entre o acompanhamento nas várias idades e o papel desempenhado pela tecnologia, com as “imensas possibilidades que oferece” e, ao mesmo tempo, a “perigosa pretensão” de tornar-se “nova religião em que sacrificar todo e qualquer outro valor”.

Segundo o responsável, a academia pontifícia tem a “ambição” de abordar esses temas conjugando “rigor científico e sabedoria humana, paixão pela verdade” e comparar as várias “competências e visões do mundo”.

O arcebispo italiano explicou que a “tarefa específica” do organismo pontifício é estar ao serviço da vida humana “em todas as suas fases” e, ao mesmo tempo, “ampliando os temas enfrentados e as competências envolvidas”.

“É preciso, cada vez mais, evidenciar o significado da vida humana, que não pode ser reduzido somente àquilo que nos dizem as ciências naturais”, afirmou D. Vincenzo Paglia, sobre a necessidade de alagar o contexto de “vida” que “vai para além da bioética”.

O presidente da Academia Pontifícia para a Vida considera que as “graves questões” com que o mundo “se confronta interpelam a fé”.

Neste contexto, o arcebispo revelou que o Papa Francisco pediu à APV que fosse “lugar de diálogo e de debate”, recorrendo ao “rico património” da tradição evangélica e envolvendo no apoio total à vida humana “aliados em toda cultura e tradição humana e religiosa”.

O novo estatuto da Academia Pontifícia para a Vida, que que dividido em cinco temas e sete artigos é válido por cinco anos e entrou em vigor a 1 de janeiro deste ano, tendo sido aprovado pelo pontífice argentino a 5 de novembro de 2016.

A Rádio Vaticano explica que já foram nomeados novos académicos de 37 países, existem quatro membros honorários e 45 membros ordinários, 87 correspondentes e 13 jovens pesquisadores, que é uma das novidades do novo estatuto.

Em 2015, o Papa Francisco nomeou o médico português Filipe dos Santos Almeida como consultor da APV.

A Academia Pontifícia para a Vida foi criada pelo Papa São João Paulo II com o Motu Proprio ‘Vitae mysterium’, de 11 de fevereiro de 1994, com o objetivo de apoiar “com um suporte científico e antropológico o compromisso da Igreja a favor da vida humana” e tem sede no Estado da Cidade do Vaticano.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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