Vaticano: Papa Francisco publicou Constituição Apostólica para a vida contemplativa

«A busca da face de Deus» é dirigida em especial às ordens femininas

Cidade do Vaticano, 22 jul 2016 (Ecclesia) – A Santa Sé divulgou hoje a Constituição Apostólica ‘A busca da face de Deus’ (Vultum Dei Quaerere) dedicada à vida contemplativa feminina onde o Papa Francisco apresenta 12 temas de reflexão e encerra com 14 orientações.

“Sejam faróis, para os vizinhos e especialmente para os distantes. Sejam tochas que acompanham a viagem de homens e mulheres na noite escura de tempo. Sejam sentinelas da manhã anunciando o nascer do sol”, pede o Papa Francisco, destacou o secretário da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, que apresentou o novo documento.

D. José Rodríguez Carballo começou por agradecer ao Papa Francisco o documento publicado 66 anos após a constituição ‘Sponsa Christi’, do Papa Pio XII, e observou que Francisco “realmente aprecia a vida contemplativa”.

O religioso referiu que nas “últimas décadas” a vida contemplativa foi “negligenciada” em termos de legislação, porque ainda era regulada por uma Constituição Apostólica de 1950 o que torna a atual constituição “ainda mais valiosa” uma vez que vai “colmatar uma lacuna dos anos pós-conciliares” porque começam a sentir-se “as consequências da omissão”.

Os dois primeiros temas são “formação” que para além da “contínua conversão a Deus” deve variar entre 9 a 12 anos e “oração” que é a “espinha dorsal da vida consagrada”.

Depois, a ‘Lectio divina’, a “Palavra de Deus” para o Papa deve marcar o dia pessoal e comunitário das religiosas, que se vai transforma em ‘actio’; “Eucaristia” deve “prolongar a celebração com a adoração eucarística” e a “Reconciliação”.

O sexto tema é a “vida fraterna” em comunidade cujo testemunho é necessário “numa sociedade marcada por divisões e desigualdades”, para Francisco a “autonomia dos mosteiros” não é sinónimo de “independência ou isolamento”.

Segundo o pontífice argentino, as Federações são importantes como “estruturas de comunhão entre mosteiros que partilham o mesmo carisma”, por isso, sugere a sua criação e multiplicação.

No oitavo apresenta a “clausura” como “sinal da união exclusiva da Igreja esposa com o seu Senhor” para escrever sobre o “trabalho” que deve ser compreendido como um “serviço à humanidade e solidariedade para com os pobres”.

Francisco escreve sobre o “silêncio”, mas o tema seguinte (11.º) é dedicado aos meios de comunicação que são “instrumentos úteis para a formação e a comunicação” mediante “um discernimento prudente”.

Por fim, o Papa explica que a “ascese” é um “sinal eloquente de fidelidade” num mundo globalizado e sem raízes.

A conclusão da Constituição Apostólica divide-se em 14 artigos que definem em termos jurídico a reflexão apresentada e D. José Rodríguez Carballo salientou o artigo terceiro onde o Papa manifesta “preocupação” ao pedir que se deve “evitar recrutar candidatos à vida contemplativa de outros países, apenas para manter a sobrevivência do mosteiro”.

“Não há nenhuma área que não tenha sido tocado pela preocupação do Santo Padre para esta forma de vida”, disse o secretário da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.

Segundo o prelado, na Constituição Apostólica ‘A busca da face de Deus’ estão traduzidos os “pensamentos” do Papa em “orientações claras” que agora a congregação vai “elaborar” num novo documento com indicações práticas como refere o artigo 14.

CB

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