«Guerras só produzem cemitérios e morte»
Cidade do Vaticano, 01 nov 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco alertou hoje para as consequências da guerra, na véspera de evocar em Roma as mortes do segundo conflito mundial, lamentando que a humanidade não aprenda com o passado.
“As guerras só produzem cemitérios e morte: ei porque quis dar este sinal, num momento em que a nossa humanidade parece não ter aprendido as lições ou que não as quer aprender”, declarou, após a recitação do ângelus na solenidade de Todos os Santos.
Francisco vai assinalar esta quinta-feira a comemoração de todos os fiéis defuntos com uma Missa pelas 15h15 (hora local, menos uma em Lisboa), no cemitério Americano de Neptuno, em Roma, local onde estão sepultados os soldados norte-americanos que caíram na campanha da Itália.
À imagem do que fez Bento XVI em 2011, o Papa vai ainda visitar as Fossas Ardeatinas, em Roma, recordando o massacre levado a cabo pelas forças nazis em 1944, quando 335 civis e militares italianos, vários deles judeus, foram fuzilados pelas forças alemãs em represália pelo atentado que matou 33 soldados germânicos.
“Peço-vos que me acompanhem com a oração nestas duas etapas de memória e de sufrágio pelas vítimas da guerra e da violência”, pediu o Papa Francisco aos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.
Na sexta-feira, o Papa preside à Missa, a partir das 11h30, em sufrágio pelos cardeais e bispos que morreram no último ano.
A Igreja Católica evoca a memória dos fiéis defuntos, um dia depois de assinalar a festa de Todos os Santos; as comunidades recolhem-se em oração e muitos visitam os cemitérios onde foram sepultados os seus familiares e amigos.
Nas suas catequeses sobre a esperança, que se concluíram há uma semana, o Papa Francisco dedicou várias reflexões ao tema da morte.
“Toda a nossa existência se joga aqui, entre a encosta da fé e o precipício do medo”, assinalou.
O Papa sublinhou a “esperança” dos católicos diante da morte, por causa da fé na ressurreição.
“Esta é a nossa esperança diante da morte. Para quem acredita, é uma porta que se abre de par em par; para quem duvida é uma brecha de luz que se infiltra por uma porta que não se fechou completamente. Mas será para todos nós uma graça, quando esta luz, do encontro com Jesus, nos iluminar”, defendeu.
A ‘comemoração de todos os fiéis defuntos’ começou pela mão de um Abade de Cluny, que no ano de 998 determinou que em todos os mosteiros da sua Ordem se fizesse nesta data a evocação dos que morreram.
O Papa convidou hoje os católicos a recordar “com gratidão” os entes queridos que já faleceram e a rezar por eles.
“Que a Mãe de Deus, rainha dos santos e porta do céu, interceda pelo nosso caminho de santidade e pelos nossos caros que nos precederam e já partiram para a pátria celeste”, acrescentou.
OC