Vaticano: Papa Francisco destaca legado deixado pelo «seu amado antecessor»

Pensamento de Bento XVI inspirou encontro sobre a relação entre a Igreja Católica e os Estados

Cidade do Vaticano, 20 abr 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco destacou o legado deixado pelo “seu amado antecessor”, Bento XVI, numa mensagem aos participantes de um encontro sobre ‘O conceito de Estado na perspetiva do cardeal Joseph Ratzinger”.

Segundo avança hoje a Rádio Vaticano, o evento teve lugar esta quarta-feira em Varsóvia, na Polónia, organizado pela Conferência Episcopal Polaca.

Juntou figuras como o padre Federico Lombardi, presidente da Fundação Joseph Ratinger-Bento XVI e antigo porta-voz da Santa Sé; também o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cardeal Gerhard Ludwig Müller; e o núncio apostólico (representante da Santa Sé) na Polónia, arcebispo Salvatore Pennacchio.

Na sua missiva, o Papa argentino sublinhou a relevância de uma iniciativa “voltada para reconhecer a benemérita obra” de Bento XVI, “seu amado antecessor”.

O encontro em Varsóvia decorreu três dias depois do 90.º aniversário do Papa emérito, Bento XVI, assinalado a 16 de abril.

Francisco expressou ainda o desejo de que esta reflexão à volta do “conceito de Estado” ajude a suscitar “um renovado compromisso pelo diálogo respeitoso e fecundo entre a Igreja e o Estado, tendo em vista a construção de uma civilização do amor”.

Bento XVI também se pronunciou acerca do evento em Varsóvia, declarando em primeiro lugar a sua “profunda alegria e gratidão” pela iniciativa e fazendo votos de que “o tema escolhido” possa levar “autoridades estatais e eclesiais a dialogar juntas sobre uma questão essencial para o futuro” da Europa.

“O confronto entre conceções radicalmente ateias de Estado e o surgimento de um Estado radicalmente religioso nos movimentos islâmicos, leva ao nosso tempo uma situação explosiva, cujas consequências experimentamos a cada dia”, frisa Joseph Ratzinger.

Para o Papa emérito alemão, “estes radicalismos” que estão a surgir “exigem urgentemente o desenvolvimento de uma conceção convincente de Estado, que sustente o debate sobre estes desafios e que possa superá-los”.

Ao longo da sua mensagem, Bento XVI invoca ainda as memórias do Papa João Paulo II (1920 – 2005) e do cardeal Stefan Wyszynski (1901 – 1981), “duas grandes figuras que a Polónia deu à humanidade, que não somente refletiram sobre esta questão mas provaram dela o sofrimento e a experiência viva”.

“E, neste sentido, continuam a indicar-nos o caminho para o futuro”, conclui o Papa-emérito.

JCP

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Agência ECCLESIA

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