Vaticano: Papa Francisco cria «Universidade do Sentido», para «responder à crise global»

Instituição educacional universitária civil vai ser gerida pela Fundação «Scholas Occurrentes»

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 27 set 2023 (Ecclesia) – O Papa Francisco criou, no Vaticano, a ‘Universidade do Sentido’ “para responder à crise global do sentido”, uma instituição pública, local e global, intercultural, inter-religiosa e intergeracional gerida pela Fundação ‘Scholas Occurrentes’.

“Scholas, como uma comunidade que educa, como uma intuição que cresce, abre as portas da Universidade do Sentido, com estudantes de todas as realidades, línguas e credos, para que ninguém fique de fora quando o que está sendo ensinado não é uma coisa, mas a própria vida”, explica o Papa Francisco, informa a Scholas Occurrentes, num comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

A ‘Universidade do Sentido’ foi criada pelo Papa, para “responder à crise global do sentido”, através de um quirógrafo (documento pontifício) com data de 15 de agosto.

Scholas Occurrentes recorda que “educar é buscar o sentido das coisas”, como afirmou Francisco no contexto da crise mundial causada pela pandemia Covid-19.

A nova universidade que “alimenta a alma e sabe distinguir o que é simplesmente útil do que é indispensável”, ajuda a não perder de vista “o que é essencial, porque o homem não vive só de pão”, a aprendizagem vai nutrir-se de “todas as linguagens” do conhecimento científico e humanístico, da arte, da tecnologia e das experiências de vida.

Uma instituição educacional universitária civil, “como pessoa jurídica civil com sede no Estado da Cidade do Vaticano”, que é autónoma, “pública, local e global, intercultural, inter-religiosa e intergeracional” e vai ser administrada pelo Movimento Educacional Internacional Scholas Occurrentes.

Para a realização do manifesto de ‘Universidade do Sentido’, em desenvolvimento desde 2021, colaboraram vários professores universitários de diversas regiões do globo – Mpho Tshivhase, da Universidade de Pretória; Stefania Travagnin, da Universidade de Londres; Souleymane Bachir Diagne, da Universidade de Columbia, e Diane Moore, da Universidade de Harvard, entre outros, que “concordaram com a importância de criar um organismo universitário global” que responda “à necessidade de reimaginar a educação, colocando no centro a pessoa na sua singularidade e a comunidade como expressão da pluralidade”.

“Um lugar acolhedor e criativo onde todos possam se sentir bem-vindos e participar. Uma universidade atípica que, como diz Platão, «não tem lugar porque está em toda parte»”, acrescenta o comunicado, sobre “uma semente muito pequena que pode se tornar uma árvore muito grande”, com “raízes” nos ensinamentos do Papa Francisco e na experiência do Movimento Educacional Internacional.

A Fundação Scholas Occurrentes, que também tem sede em Portugal, em Cascais, recorda que dinamiza “experiências educativas com jovens de diferentes credos e culturas nos cinco continentes”, desde 2013, quando criada pelo Papa como Movimento Educativo Internacional.

Em 2015, por exemplo, começou a desenvolver uma rede com universidades públicas e privadas para criar, dentro dessas instituições, “o conceito de Cátedra Scholas para trabalhar em conjunto”, em áreas de extensão, mas também em ensino e pesquisa; desde 2017, todos os anos, essas universidades partilham os seus resultados e realizações, num congresso mundial.

Segundo o comunicado, desde 2022, Scholas Occurrentes realiza “experiências de sentido” com professores e estudantes universitários na América Latina e na Europa, que hoje receberam vários reconhecimentos acadêmicos e fazem parte das ofertas educacionais de vários cursos de graduação e casas de estudo.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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