Francisco vai enviar mensagem para o ângelus dominical, sem presidir à oração
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Cidade do Vaticano, 15 fev 2025 (Ecclesia) – O Papa vai ficar em “repouso absoluto”, por recomendação médica, informou hoje o Vaticano, num comunicado enviado aos jornalistas.
“Para facilitar a sua recuperação, a equipa médica prescreveu-lhe repouso absoluto, pelo que o Santo Padre não presidirá à oração do ângelus amanhã, domingo, 16 de fevereiro”, indica a nota.
“Apesar disso, tem a intenção de enviar o texto para a respetiva publicação”, acrescenta o texto.
Em internamentos anteriores, o Papa presidiu à recitação do ângelus desde o Hospital Gemelli de Roma com transmissão pelos canais do Vaticano.
Francisco, que foi internado na manhã de sexta-feira, “descansou toda a noite e não apresentou qualquer episódio febril”.
Durante a manhã, o Papa recebeu a Eucaristia e depois “alternou o repouso com a oração e a leitura”.
“Os testes efetuados durante o dia confirmaram a infeção do trato respiratório. A terapêutica foi ligeiramente modificada com base em novos resultados microbiológicos. Os exames laboratoriais de hoje revelaram uma melhoria de alguns valores”, acrescenta o boletim diário do Vaticano.
O Papa Francisco foi informado das numerosas mensagens de proximidade e de afeto que recebeu e exprime a sua gratidão, enquanto pede que continuem a rezar por ele”.
As melhoras do estado de saúde de Francisco tinham sido adiantadas esta manhã, pelo diretor da sala de imprensa da Santa Sé.
“O Papa passou uma noite serena. Ao acordar, tomou o pequeno-almoço e leu alguns jornais”, disse Matteo Bruni aos jornalistas.
Segundo o porta-voz do Vaticano, “o tratamento para a infeção das vias respiratórias prossegue e foram realizados novos exames médicos”.
O Papa está internado pela quarta vez no Hospital Gemelli, de Roma, na sequência da “exacerbação da bronquite nos últimos dias”, informou a Santa Sé, na tarde desta sexta-feira.
Segundo o comunicado oficial, Francisco foi “submetido a exames especializados e iniciou uma terapia medicamentosa hospitalar”.
“Os primeiros exames efetuados revelam uma infeção das vias respiratórias”, acrescentava a nota.
Nas últimas intervenções públicas, o Papa abdicou das leituras dos textos que tinha preparado, assumindo dificuldades respiratórias.
Já em 2023, o Papa tinha sido internado a 29 de março, por causa de uma infeção respiratória, no Gemelli, tendo recebido alta a 1 de abril.
O mesmo Hospital viria a recebê-lo, três meses depois, para uma operação a uma hérnia abdominal.
A 4 de julho de 2021, também no Hospital Gemelli, Francisco tinha sido submetido a outra intervenção, por causa de uma “estenose diverticular sintomática do cólon”, permanecendo internado durante dez dias.
O Papa está no 10.º andar do Hospital Universitário Agostino Gemelli que o recebeu anteriormente, bem como, em sete ocasiões, ao Papa João Paulo II, a última das quais em 2005, pouco antes da sua morte, a 2 de abril.
A agenda de Francisco foi cancelada até 17 de fevereiro e a Missa do Jubileu dos Artistas e do Mundo da Cultura, na manhã de domingo, vai ser presidida pelo cardeal D. José Tolentino Mendonça, na Basílica de São Pedro.
O responsável português é o prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, organismo da Santa Sé.
OC
Antes deste quarto internamento no hospital romano, o Papa tinha sofrido uma queda, a 16 de janeiro, sofrendo uma contusão no antebraço direito; outra queda, no início de dezembro de 2024, deixou marcas visíveis no queixo.
Francisco tem vindo ainda a sofrer limitações de mobilidade, nos últimos anos, devido a um problema num joelho que o obriga a deslocar-se em cadeira de rodas. Jorge Mario Bergoglio, de 88 anos, é natural de Buenos Aires, na Argentina; na sua juventude, foi operado a um pulmão, parcialmente retirado. A 13 de março de 2013 foi eleito como sucessor de Bento XVI, escolhendo o inédito nome de Francisco; é o primeiro Papa jesuíta na história da Igreja Católica e também o primeiro pontífice sul-americano. Na sua primeira autobiografia, ‘Esperança’, publicada em janeiro, Francisco reflete sobre os seus problemas de saúde e diz não ter ainda colocado a possibilidade de renunciar ao pontificado. “Cada vez que um Papa está doente sente-se soprar um pouco de vento de conclave, mas a realidade é que nem nos dias das operações cirúrgicas pensei em renunciar, a não ser para dizer que, para todos, é sempre uma possibilidade e que desde o momento da eleição tinha entregado ao cardeal camerlengo uma carta de renúncia, em caso de impedimento por motivos médicos”, explica. |