Vaticano: Papa fala no Evangelho como «verdadeira revolução» e quer católicos revolucionários

Francisco inaugurou congresso eclesial da Diocese de Roma

Cidade do Vaticano, 18 jun 2013 (Ecclesia) – O Papa quer que a Igreja Católica coloque em prática a “revolução” da mensagem de Jesus para transformar o “coração” da humanidade em vez de mudar sistemas políticos ou económicos.

“Houve muitos revolucionários na história, tantos, mas nenhum teve a força desta revolução que nos trouxe Jesus: uma revolução para transformar a história, uma revolução que muda em profundidade o coração do homem”, disse Francisco ao inaugurar, na noite desta segunda-feira, o congresso eclesial da Diocese de Roma.

Segundo o Papa, as “revoluções da história” mudaram sistemas políticos e económicas, mas “nenhuma delas mudou verdadeiramente o coração do homem”.

“A verdadeira revolução, a que transforma radicalmente a vida, cumpriu-a Jesus Cristo através da sua ressurreição”, acrescentou.

Este facto faz dos católicos “revolucionários e revolucionárias” no caminho da “maior mutação da história da humanidade”, como dizia Bento XVI.

“Um cristão, se não é revolucionário, neste tempo, não é cristão. Deve ser revolucionário pela graça”, referiu Francisco.

Perante milhares de pessoas reunidas na sala Paulo VI, no Vaticano, o Papa apresentou uma catequese sobre o tema ‘Eu não me envergonho do Evangelho’, após saudar os que estavam presentes numa sala adjacente, que seguiam o encontro através de ecrãs gigantes.

Francisco falou das “muitas dores, os muitos problemas” que existem na capital italiana, onde “há pessoas que vivem sem esperança”.

“Cada um de nós pode pensar, em silêncio, nas pessoas que vivem sem esperança e estão mergulhadas numa tristeza profunda, da qual procuram sair pensando encontrar a felicidade no álcool, na droga, no jogo, no poder do dinheiro, na sexualidade sem regras”, observou.

Para o Papa, estas pessoas acabam por ficar “ainda mais desiludidas” e podem cair em “comportamentos violentos e indignos do homem”, alertando em particular para o problema do suicídio.

“A sociedade é cruel, é cruel, não pode dar esperança. A esperança é como a graça: não se pode comprar, é um dom de Deus, e devemos oferecer a esperança cristã com o nosso testemunho”, disse.

O cardeal Agostino Vallini, vigário do Papa para a Diocese de Roma, fez uma saudação a Francisco, “renovando a fidelidade ao Magistério da Igreja e reafirmando o compromisso da Diocese de Roma com a evangelização, numa cidade que passa por profundas transformações”.

O Papa despediu-se com um pedido aos presentes: “Não tenhamos medo! Vamos em frente para dizer aos nossos irmãos e irmãs que estamos debaixo da graça, que Jesus nos dá a graça e que isso não custa nada”.

OC

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Agência ECCLESIA

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