Francisco recebeu em audiência membros do Conselho Metodista Mundial, lembrando 1700 anos do Concílio de Niceia
Cidade do Vaticano, 16 dez 2024 (Ecclesia) – O Papa exortou hoje, no Vaticano, católicos e metodistas a caminhar e a avançar juntos no diálogo, numa audiência com membros do Conselho Metodista Mundial.
“Recordo-me de algo que o grande Zizioulas, aquele bispo ortodoxo, costumava dizer, que já sabia a data da unidade: seria no dia seguinte ao Juízo Final! Mas, entretanto, temos de caminhar juntos, como irmãos, rezar juntos, fazer caridade juntos e avançar juntos no diálogo. Este Zīzioulas foi ótimo!”, afirmou Francisco, no discurso divulgado pela Sala de Imprensa da Santa Sé.
O Papa lembrava que no próximo ano, os cristãos de todo o mundo celebram 1700 anos desde o primeiro concílio ecuménico, em Niceia, atual Turquia.
“Este aniversário recorda-nos que professamos a mesma fé e, por isso, temos a mesma responsabilidade de oferecer sinais de esperança que testemunhem a presença de Deus no mundo”, assinalou.
Citando a bula de proclamação do Jubileu 2025, o Papa referiu que este é “um convite a todas as Igrejas e Comunidades eclesiais para que prossigam o caminho em direção à unidade visível, não se cansando de procurar os meios adequados para corresponder plenamente à oração de Jesus: ‘Que todos sejam um’”.
No início da intervenção, Francisco saudou a bispa Debra Wallace-Padgett e o reverendo Reynaldo Ferreira Leão-Neto, presidente e secretário geral do Conselho Metodista Mundial, respetivamente, e desejou as maiores felicidades no início destas funções.
“Durante muito tempo, entre metodistas e católicos, estivemos afastados uns dos outros e até desconfiados”, recordou o Papa, ressaltando que hoje o cenário é diferente.
“Hoje, porém, podemos dar graças a Deus pelo facto de, desde há quase sessenta anos, estarmos a progredir juntos no conhecimento, na compreensão e, sobretudo, no amor mútuo. Isto ajuda-nos a aprofundar a comunhão entre nós”, destacou.
Fazendo referência à encíclica Dilexit nos, o Papa sublinhou que “a pacificação é uma tarefa do coração: é uma tarefa do coração e não da mente”.
“Quando o Coração do Senhor Jesus toca os nossos corações, Ele transforma-nos. É assim que as nossas comunidades serão capazes de unir as suas diferentes mentes e vontades para se deixarem guiar pelo Espírito como irmãos”, indicou.
LJ/PR