Francisco encontrou-se com milhares de peregrinos e leu reflexão sobre importância da «paciência»
Cidade do Vaticano, 27 mar 2024 (Ecclesia) – O Papa recordou hoje, no Vaticano, as vítimas das guerras, pedindo orações pela paz na Ucrânia e na Terra Santa.
“Rezemos pela paz, que o Senhor nos dê a paz na martirizada Ucrânia, que está a sofrer tanto sob os bombardeamentos, também em Israel e na Palestina, que haja paz na Terra Santa. Que o Senhor nos dê a paz a todos, como dom da sua Páscoa”, disse, perante milhares de peregrinos reunidos na audiência pública semanal, que decorreu no Auditório Paulo VI.
“Ao aproximar-se a festa da Páscoa, trazemos na nossa mente e no nosso coração os sofrimentos dos doentes, dos pobres e dos marginalizados, recordando também as vítimas inocentes da guerra, para que Cristo, com a sua Ressurreição, conceda a todos a paz e a consolação”, acrescentou, na saudação aos peregrinos de língua árabe.
Francisco cumprimentou, no final da audiência, Bassam Aramin e Rami Elhanan, judeu e palestino, respetivamente, dois amigos que perderam filhas por causa da guerra.
“Ambos perderam as suas filhas nesta guerra e ambos são amigos; não olham para a inimizade da guerra, mas olham para a amizade de dois homens que se amam e que passaram pela mesma cruz”, referiu, durante a audiência pública.
O Papa, que leu as várias intervenções preparadas para o encontro, saudou também os peregrinos de língua portuguesa.
Nos dias do Tríduo Pascal, somos convidados a contemplar, em silêncio orante, o Crucifixo. Isto ajudar-nos-á a crescer, à semelhança de Jesus, na humildade e na paciência, das quais o nosso tempo tem tanta necessidade”.
A Igreja Católica celebra entre a tarde de Quinta-feira Santa e a Vigília Pascal os momentos mais importantes do seu calendário litúrgico, que assinalam os momentos da morte e ressurreição de Jesus, culminando na Páscoa.
Este conjunto de celebrações, que se desenrolam no chamado Tríduo Pascal, remontam ao início do Cristianismo, seguindo as indicações deixadas pelos Evangelhos sobre estes acontecimentos.
O Papa recordou, esta manhã, o início da Semana Santa, com a celebração do Domingo de Ramos, para apresentar uma reflexão sobre a virtude da paciência.
“Na Paixão emerge a paciência de Cristo, que com mansidão aceita ser preso, esbofeteado e condenado injustamente; diante de Pilatos ele não recrimina; suporta os insultos, cuspidelas e flagelações dos soldados; carrega o peso da cruz; perdoa quem o prega na madeira e na cruz não responde às provocações, mas oferece misericórdia”, indicou.
Francisco defendeu que cada cristão é “chamado a ser paciente”.
“Isto obriga-nos a ir contra a corrente da mentalidade hoje difundida, na qual dominam a pressa e o ‘tudo já’, na qual, em vez de esperar que as situações amadureçam, as pessoas ficam espremidas, esperando que mudem instantaneamente”, advertiu, sublinhando que “a pressa e a impaciência são inimigas da vida espiritual”.
O Papa cumprimento os jovens participantes no Encontro ‘UNIV 2024’, que se fizeram ouvir ao longo de toda a audiência, que decorreu no Auditório Paulo VI, por causa da chuva que caiu sobre Roma, ao início da manhã.
Francisco agradeceu aos peregrinos pela paciência, face a esta mudança, e brincou com a situação, sublinhando que evitaram ficar todos “encharcados”.
OC