«É necessário reduzir o ódio, é necessário voltar à capacidade de dialogar», defende Leão XIV
Roma, 07 out 2025 (Ecclesia) – O Papa evocou hoje o segundo do ataque terrorista do Hamas contra Israel, pedindo “soluções de paz” que coloquem fim ao conflito na região.
“Foram dois anos muito dolorosos. Há dois anos, neste ato terrorista, morreram 1200 pessoas. É necessário refletir sobre quanto ódio existe no mundo e começar a questionar-nos sobre o que podemos fazer”, referiu Leão XIV, ao deixar a residência de Castel Gandolfo, em resposta às perguntas dos jornalistas que esperavam pela sua saída.
O Papa recordou ainda que, desde 7 de outubro de 2023, cerca de 67 mil palestinos foram mortos, na resposta militar israelita.
“É necessário reduzir o ódio, é necessário voltar à capacidade de dialogar, de buscar soluções de paz”, apelou.
É certo que não podemos aceitar grupos que causam terrorismo, devemos sempre rejeitar este estilo de ódio no mundo. Ao mesmo tempo, a existência do antissemitismo, esteja ele em aumento ou não, é preocupante. É preciso sempre anunciar a paz, o respeito pela dignidade de todas as pessoas. Esta é a mensagem da Igreja”.
Leão XIV destacou que a Igreja tem a intenção de “promover sempre o diálogo” e saiu em defesa do cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, criticado pela Embaixada de Israel depois de uma entrevista aos media da Santa Sé por ter feito uma “equivalência moral” entre os ataques de 7 de outubro e 2023 e a intervenção militar israelita em Gaza.
“O cardeal expressou muito bem a opinião da Santa Sé a este respeito”, sublinhou o Papa.
No dia do anúncio oficial da sua primeira viagem apostólica, que o vai levar à Turquia e ao Líbano, de 27 de novembro a 2 de dezembro, Leão XIV explicou que a deslocação à Turquia é motivada pelo aniversário dos 1700 anos do Concílio de Niceia.
“Penso que é um momento verdadeiramente importante. É uma viagem que o Papa Francisco desejava fazer. Para todos os cristãos, será um momento de autêntica unidade na fé. Não se deve perder este momento histórico, mas não é para olhar para trás, é para olhar em frente”, declarou.
Quanto à viagem ao Líbano, Leão XIV falou da uma “oportunidade de anunciar novamente a mensagem de paz no Médio Oriente, num país que tanto sofreu”.
“O Papa Francisco também queria ir lá. Ele queria dar este abraço ao povo do Líbano após a explosão, depois de tudo o que sofreram. Tentaremos levar esta mensagem de paz e esperança”, indicou, ao evocar a explosão no porto de Beirute, a 4 de agosto de 2020.
Questionado sobre a sua primeira exortação apostólica, que vai ser publicada esta quinta-feira, centrada sobre os mais pobres, o Papa sublinhou que essa é “a mensagem do Evangelho”.
Ele escolheu a pobreza e também o amor pelos pobres para uma instituição apostólica. Como é que a sua experiência como missionário se relaciona com isso?
“No fim de contas, é aquilo que o Papa pode dizer ou anunciar deve sempre ter as suas raízes no Evangelho. É isso que pretendemos procurar fazer”, concluiu, antes do regresso ao Vaticano.
OC