Vaticano: Papa evoca mártir do nazismo, beatificado na Itália

Encontro dominical deixa apelos a cristãos «sinceros» na sua relação com Deus

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 01 out 2023 (Ecclesia) – O Papa evocou hoje, no Vaticano, o Beato Giuseppe Beotti, sacerdote morto pelos nazis em 1944 que foi beatificado este sábado na Catedral de Piacenza, Itália.

“Pastor segundo o coração de Cristo, não hesitou em dar a própria vida para proteger o rebanho que lhe foi confiado”, declarou Francisco, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação do ângelus.

A beatificação foi presidida pelo cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, o qual recordou o ato “heroico” do religioso italiano, ao proteger e salvar judeus e soldados em fuga.

Antes da referência ao novo beato, o Papa tinha dedicado a sua catequese dominical à necessidade de “cristãos sinceros”, na relação com Deus.

“Para o pecador há sempre esperança de redenção; para os corruptos, porém, é muito mais difícil. Na verdade, o seu falso sim, as suas aparências elegantes, mas hipócritas, e os seus fingimentos, que se tornaram hábitos são como uma espessa parede de borracha, atrás da qual ele se protege dos apelos da consciência. E estes hipócritas fazem muito mal”, advertiu.

A reflexão partiu de uma passagem do Evangelho, que fala de dois filhos, aos quais o pai pede que vão trabalhar na vinha (Mt 21, 28-32): o primeiro responde imediatamente “sim”, mas depois não vai; o segundo, por outro lado, recusa no momento, mas depois reconsidera e vai.

“O problema aqui não é tanto a resistência em ir trabalhar na vinha, mas a sinceridade, ou a falta dela, diante do pai e diante de si mesmo”, observou.

Francisco questionou os presentes sobre a forma como se relacionam, do ponto de vista espiritual, com as suas próprias “fragilidades”.

“Faço vista grossa e vivo usando uma máscara, preocupando-me apenas em parecer bom e decente? No final das contas, sou um pecador, como todos, ou há algo corrupto em mim? Não se esqueçam: pecadores, sim; corruptos, não”, advertiu.

Antes de se despedir dos peregrinos e visitantes reunidos na Praça de São Pedro, o Papa convidou a rezar “pela evangelização dos povos” e “pelo Sínodo dos Bispos, que neste mês vai viver a primeira assembleia sobre o tema da sinodalidade de Igreja”.

OC

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