Vaticano: Papa evoca «exemplo heroico» de missionário norte-americano assassinado na Guatemala

Padre Stanley Francis Rother, mártir, foi beatificado nos EUA

Cidade do Vaticano, 24 set 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco evocou hoje no Vaticano o “exemplo heroico” de vida do padre Stanley Francis Rother, mártir, foi beatificado este sábado nos Estados Unidos da América.

“Foi morto, por ódio à fé, por causa da sua obra de evangelização e promoção humana em favor dos mais pobres na Guatemala”, explicou o pontífice, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, para a recitação do ângelus.

O Papa deixou votos de que o seu “exemplo heroico ajude todos a ser testemunhas corajosas do Evangelho”, com um compromisso “em favor da dignidade humana”.

O Beato Francis Stanley Rother foi assassinado em 1981 enquanto estava em missão na Guatemala.

A beatificação decorreu em Oklahoma City, região natal do missionário, numa celebração presidida pelo cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, em representação do Papa Francisco.

Nascido em 1935 na localidade de Okarche, nos EUA, o novo beato da Igreja Católica teve uma infância marcada pela simplicidade e pela fé, no seio de uma família rural e de uma comunidade com forte dinâmica paroquial.

Desde cedo sentiu o chamamento de Deus e entrou para o seminário, onde as suas “dificuldades nos estudos” levaram a que “quase nem o quisessem admitir à ordenação sacerdotal”, realça o jornal do Vaticano, ‘L’Osservatore Romano’.

Quando ainda cumpria o seu percurso formativo, o Papa João XXIII pediu às dioceses norte-americanas que se empenhassem na missão junto da América Central; depois de ser ordenado, o padre Francis Stanley Rother seguiu para a Guatemala, ao encontro de uma “população subnutrida, abandonada e com graves carências educativas e assistenciais”.

A sua missão estava estabelecida em Santiago Atitlán (Guatemala), uma comunidade rural com poucos recursos, cuja população é principalmente indígena.

Neste território, o padre Francis Stanley Rother trabalhou durante 13 anos, junto dos índios Tz’utujil: empenhou-se na evangelização dos indígenas, na celebração da Eucaristia, na catequese e também no trabalho do campo, que já conhecia desde criança, quando ainda vivia com a sua família, em Oklahoma.

No início da década de 1980, a guerra civil que marcava a Guatemala estendeu a sua violência contra a comunidade indígena local, com inúmeros sequestros e assassinatos, e o seu nome era um dos principais alvos, enquanto defensor dos índios e dos camponeses.

A 28 de julho de 1981, o padre Francis Stanley Rother seria abatido a tiro, durante mais um ataque de guerrilheiros.

JCP/OC

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