Francisco recordou passagem por Fátima, no voo de regresso
Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano
Cidade do Vaticano, 06 ago 2023 (Ecclesia) – O Papa deslocou-se hoje à Basílica de Santa Maria Maior, para rezar diante da imagem de Nossa Senhora e agradecer pela sua viagem a Portugal, que se concluiu este domingo.
“Esta manhã, após o regresso de Portugal, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, como é habitual no final de cada viagem apostólica, o Papa deslocou-se à Basílica de Santa Maria Maior, permanecendo em oração diante do ícone da Virgem ‘Salus Populi Romani’”, refere uma nota enviada aos jornalistas pela sala de imprensa da Santa Sé.
No voo de regresso a Portugal, este domingo, Francisco foi questionado sobre a ausência de uma referência pública à guerra na Ucrânia durante a sua passagem pela Capelinha das Aparições.
“Eu rezei, rezei a Nossa Senhora, rezei pela paz. Não fiz publicidade, mas rezei. Temos de repetir continuamente esta oração pela paz. Ela pediu isto, na I Guerra, e eu, desta vez, pedi-o a Nossa Senhora. Rezei, não fiz publicidade”, disse aos jornalistas.
O Papa descartou qualquer razão de saúde para as alterações às suas intervenções e falou da recuperação à sua mais recente intervenção cirúrgica, por causa de uma hérnia abdominal.
“A minha saúde está bem, já tirei os pontos, levo uma vida normal”, indicou, precisando que está a usar uma faixa, durante cerca de 3 meses, de forma preventiva, até que os músculos estejam mais fortes”.
Francisco quis deixar uma observação sobre a comunicação da Igreja, apelando a uma mudança nas homilias, para que sejam “breves e claras”, com uma mensagem “afetuosa”.
A conferência de imprensa abordou ainda a viagem do Papa a Marselha, no mês de setembro, para um encontro sobre a situação no Mediterrâneo, tendo o Papa falado numa exploração “criminosa” dos migrantes, no Norte de África.
“O Mediterrâneo é um cemitério, mas o maior cemitério é o Norte de África”, advertiu.
O Papa respondeu a uma pergunta sobre o seu convite a uma Igreja para “todos, todos, todos”, que deixou em Lisboa, em confronto com as restrições à participação na vida sacramental, particularmente no que diz respeito às pessoas homossexuais.
“A Igreja está aberta para todos, depois há legislações que regulam a vida dentro da Igreja”, precisou.
Francisco referiu que “cada um encontra Deus pelo seu próprio caminho, dentro da Igreja”.
“A Igreja é mãe, guia cada um, pela sua estrada. Por isso, não gosto de dizer que venham todos, mas tu isto, tu aquilo… Todos. Depois, cada um, na oração, no diálogo interior, no diálogo com os agentes pastorais, procure a forma de seguir em frente”, sustentou.
O Papa lamentou que alguns tenham dificuldade em entender “esta inserção na Igreja como mãe” e criticou uma corrente que “reduz a vida eclesial a ideias”.
Desde a sua eleição pontifícia, em 2013, o Papa fez 42 viagens e visitou 60 países: Portugal (2017 e 2023), Brasil, Jordânia, Israel, Palestina, Coreia do Sul, Turquia, Sri Lanka, Filipinas, Equador, Bolívia, Paraguai, Cuba, Estados Unidos da América, Quénia, Uganda, República Centro-Africana, México, Arménia, Polónia, Geórgia, Azerbaijão, Suécia, Egito, Colômbia, Mianmar, Bangladesh, Chile, Perú, Bélgica, Irlanda, Lituânia, Estónia, Letónia, Panamá, Emirados Árabes Unidos, Marrocos, Bulgária, Macedónia do Norte, Roménia, Moçambique, Madagáscar, Maurícia, Tailândia, Japão, Iraque, Eslováquia, Chipre, Grécia (após ter estado anteriormente em Lesbos), Malta, Canadá, Cazaquistão, Barém, República Democrática do Congo, Sudão do Sul e Hungria; Estrasburgo (França) – onde esteve no Parlamento Europeu e o Conselho da Europa -, Tirana (Albânia), Sarajevo (Bósnia-Herzegovina) e Genebra (Suíça).
OC