Vaticano: Papa envia mensagem à Conferência Europeia da Juventude e deixa convite para JMJ Lisboa 2023

«Se não vos ouvirem, gritai ainda mais forte», diz Francisco aos jovens

Cidade do Vaticano, 11 jul 2022 (Ecclesia) – O Papa desafiou os jovens europeus a fazer ouvir a sua voz, para mostrar ao mundo “um novo rosto” do continente, apontando à Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2023, em Lisboa.

“Fazei ouvir a vossa voz! Se não vos ouvirem, gritai ainda mais forte, fazei barulho, tendes todo o direito de dar a vossa opinião sobre o que diz respeito ao vosso futuro”, refere Francisco, numa mensagem divulgada hoje pelo Vaticano, dirigindo-se aos participantes na Conferência Europeia da Juventude, que decorre em Praga, entre 11 e 13 de julho.

O texto deixa um convite particular aos jovens europeus, tendo em vista a JMJ que vai decorrer na capital portuguesa, de 1 a 6 de agosto de 2023.

“Convido-vos a todos para a Jornada Mundial da Juventude do próximo ano em Lisboa, onde podereis partilhar os vossos sonhos mais belos com jovens de todo o mundo”, escreve.

A mensagem desafia os jovens a “transformar o ‘Velho Continente’ num ‘continente novo’”.

“Nenhuma discriminação contra ninguém, por nenhuma razão. Sejamos solidários com todos; não só com quem se parece comigo ou mostra uma imagem de sucesso, mas também com aqueles que sofrem, independentemente da sua nacionalidade e condição social”, indica o Papa.

Francisco pede pessoas de “olhar amplo, aberto, capazes de ver mais além” e destaca, a este respeito, uma iniciativa lançada por si, em setembro de 2019: o Pacto Educativo Global.

“Trata-se duma aliança entre os educadores de todo o mundo com a finalidade de educar as gerações jovens para a fraternidade. Mas, vendo como está a andar este mundo guiado por adultos e idosos, parece que deveríeis antes ser vós a educar os adultos para a fraternidade e a convivência pacífica”, observa.

Encorajo-vos a ser empreendedores, criativos e críticos: como sabeis, quando um professor tem alunos exigentes, críticos e atentos nas aulas, sente-se estimulado a empenhar-se mais e preparar melhor as lições”.

Citando o pedagogo brasileiro Paulo Freire, o Papa destaca a necessidade de uma educação “em comunhão”, sem “remetentes” e “destinatários”.

Francisco fala ainda da experiência de milhões de estudantes europeus que aderiram ao Projeto ‘Erasmus’.

“Não vos deixeis arrastar por ideologias míopes que pretendem mostrar-vos o outro, o diverso como um inimigo. O outro é uma riqueza”, insiste.

A mensagem realça como objetivo principal do Pacto Educativo que todos procurem “uma vida mais fraterna, baseada, não na competitividade, mas na solidariedade”, alertando para a necessidade de uma formação de excelência, que não se limite a “escolas de elite”.

O Papa elogia o compromisso das novas gerações, na defesa do ambiente, propondo a todos “uma vida digna, mas sóbria, sem luxo nem desperdícios, para que todos possam habitar o mundo com dignidade”.

“É urgente reduzir o consumo não só de combustíveis fósseis, mas também de muitas coisas supérfluas; e de igual modo é conveniente, em certas regiões do mundo, consumir menos carne: também isto pode ajudar a salvar o meio ambiente”, precisa.

Em 2022, assinala-se o Ano Europeu da Juventude.

OC

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Agência ECCLESIA

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