Vaticano: Papa ensina católicos a falar de Deus

Bento XVI sublinha importância da oração e da família para o testemunho crente

Cidade do Vaticano, 28 nov 2012 (Ecclesia) – O Papa apontou hoje no Vaticano as orientações que devem guiar os católicos no anúncio de Cristo a uma sociedade frequentemente impenetrável à mensagem evangélica.

Para Bento XVI o anúncio cristão “requer um contínuo crescimento na fé, uma familiaridade com Jesus e o seu Evangelho, um profundo conhecimento de Deus e uma forte paixão pelo seu projeto de salvação, sem ceder à tentação do sucesso”.

Os católicos não devem ter medo da “humildade dos pequenos passos”, confiando no “fermento que penetra na massa e a faz misteriosamente crescer”, afirmou.

Perante milhares de peregrinos presentes na Sala Paulo VI para a audiência geral das quartas-feiras, o Papa frisou que para falar de Deus é imperioso “dar-lhe espaço sem medo, com simplicidade e alegria”, com a “convicção” de que é Cristo quem deve estar no centro da mensagem, e não quem o manifesta.

As comunidades católicas “são chamadas a mostrar a ação transformante da graça de Deus, superando individualismos, fechamentos, egoísmos” e “indiferenças”, vivendo “o amor de Deus” no relacionamento diário, sublinhou Bento XVI.

[[v,d,3620,]]A intervenção do Papa centrou-se também na forma como Jesus apresenta o “Reino de Deus”, “partindo sempre de uma relação íntima” com o Pai, ao mesmo tempo que revela “um olhar pleno de compaixão” pelas “dificuldades da existência humana”.

“Falar de Deus nasce sempre de escutá-lo, de estar imerso numa intensa vida de oração”, salientou, acrescentando que o seguimento desta atitude é “essencial” para os cristãos.

“O nosso modo de viver na fé e na caridade torna-se um falar de Deus no dia a dia, porque mostra com uma existência vivida em Cristo a credibilidade do que dizemos com as palavras”, referiu.

Bento XVI frisou que os católicos devem estar “atentos” aos “sinais dos tempos”, discernindo as “potencialidades, desejos, obstáculos que se encontram na cultura atual, em particular o desejo de autenticidade, a aspiração à transcendência” e a “sensibilidade pela salvaguarda da criação”, comunicando “sem temor a resposta que oferece a fé em Deus”.

“É necessário uma recuperação da simplicidade, um regressar ao essencial do anúncio” cristão, que passa por declarar que Deus se faz próximo da humanidade em Jesus Cristo, morto na “cruz” e que na “ressurreição” oferece a “esperança” de “uma vida que não tem fim”.

Depois de vincar que o amor divino é “muito maior do que o de um pai ou de uma mãe, de um esposo ou de uma esposa”, Bento XVI disse que a humanidade não tem “salvação” fora do “Deus de Jesus Cristo, em quem “toda a pessoa encontra a sua plena realização”.

A família é igualmente “um espaço privilegiado” para falar de Deus por ser “a primeira escola para comunicar a fé às novas gerações”, assinalou.

A catequese incluiu um apelo à “vigilância” dentro da família, com vista a avaliar as “ocasiões favoráveis” para introduzir “o discurso da fé e fazer amadurecer uma reflexão crítica sobre os numerosos condicionamentos a que estão sujeitos os filhos”.

“A comunicação da fé deve ter sempre a tonalidade da alegria”, que não “silencia ou esconde a realidade da dor, do sofrimento, da fadiga, das dificuldades, das incompreensões e da própria morte, mas sabe oferecer critérios para interpretar tudo na perspetiva da esperança cristã”, observou.

Na saudação em português, o Papa pediu aos peregrinos para serem “zelosos mensageiros e testemunhas da fé”.

RJM

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Agência ECCLESIA

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