«Todas perderam os pais, mas também a liberdade, perderam as cores da vida» – jornalista Claudia Conte, da Associação Memoria Viva
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Cidade do Vaticano, 05 fev 2025 (Ecclesia) – O Papa Francisco encontrou-se hoje com sete meninas de Kharkiv (Ucrânia), onde estava a jovem Veronika, de 18 anos, que lhe entregou ‘Vilna’, a boneca com um estilhaço que quase a atingiu no coração.
O Papa recebeu a boneca ‘Vilna’ com um sorriso, o mesmo com que saudou cada um dos convidados, e autografou ainda uma bandeira ucraniana que as meninas, vestidas de trajes tradicionais, seguravam, informa o portal ‘Vatican News’.
Após este encontro, Francisco lembrou os “países que sofrem com a guerra, a martirizada Ucrânia, Israel, Jordânia”, e os “deslocados da Palestina”, pedindo orações “por eles”, no final da audiência pública, na Sala Paulo VI, no Vaticano.
Francisco recebeu o grupo de órfãs ucranianas, com idades entre os 6 os 19 anos, antes da audiência geral semanal, na manhã, desta quarta-feira, dia 5 de fevereiro, num estúdio da Sala Paulo VI.
“Todas elas perderam os pais, mas também a liberdade, perderam as cores da vida e são obrigadas a viver em bunkers e orfanatos”, explicou a jornalista Claudia Conte, que participou nesta audiência como representante da Associação Memoria Viva, que promoveu a viagem do grupo a Roma e oferece-lhes ajuda e assistência.
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O Papa recebeu a boneca ‘Vilna’ (‘livre’, em tradução literal), que foi oferecida por Veronika, uma jovem de 18 anos, que foi atingida num ataque e sobreviveu graças aos cuidados que recebeu na Itália, por intermédio de um canal aberto pelo cardeal D. Matteo Zuppi, o enviado especial do Papa para a missão de paz na Ucrânia.
A boneca ‘Vilna’ guarda no seu interior o estilhaço de uma bomba russa que quase perfurou as artérias de Veronika, enquanto a jovem ucraniana passeava com seu cão, lê-se no portal de notícias do Vaticano.
Desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, a 24 de fevereiro de 2022, a Associação Memoria Viva esteve entre as primeiras a levar ajuda – “bens de primeira necessidade, remédios, cobertores, alimentos”: inicialmente para as fronteiras polacas e romenas, depois para Lviv, Nikolaev, Kiev, e também para áreas devastadas como Bucha, Odessa, Zaporizhzhia, Dnipro.
A também escritora e ativista Claudia Conte salientou que estas crianças e jovens órfãs ucranianas são como “irmãzinhas” e partilham “muitos momentos”, um dos próximos destinos é o “Carnaval de Viareggio”.
“Queremos demonstrar a nossa proximidade às crianças, quer como mundo das associações, quer como um país que se mostra generoso e acolhedor para com também venham aqui para se divertir. Temos que ajudá-los a superar os seus traumas, porque se não os ajudarmos agora, se tornarão adultos cheios de ódio, cheios de violência, que começarão novas guerras”, desenvolveu Claudia Conte, citada pelo portal online ‘Vatican News’.
A jornalista assinala que o bem “deve ser feito em silêncio”, mas é preciso comunica-lo, “porque neste mundo existe o risco de que só o mal fazer alarido”, e é importante “contar coisas positivas, porque transmitem esperança e estímulo”.
No sábado, dia 1 de fevereiro, o Papa Francisco esteve reunido com 250 jovens ucranianos, espalhados por vários países do mundo, num encontro online, onde lembrou que a guerra “destrói sempre”.
CB/PR
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