Bento XVI evocou inauguração do teto deste espaço, há 500 anos, com frescos de Miguel Ângelo
Cidade do Vaticano, 31 out 2012 (Ecclesia) – Bento XVI elogiou hoje a “sinfonia de figuras” da “genial” Capela Sistina, do Vaticano, ao assinalar o 500.º aniversário da inauguração do teto pintado por Miguel Ângelo (1475-1564) entre 1508 e 1512.
“Nada ficou como dantes”, disse o Papa, a respeito dos frescos do pintor e escultor italiano, durante a celebração da oração de vésperas na Capela Sistina.
Segundo Bento XVI, este espaço, visitado anualmente por cerca de 5 milhões de pessoas, é “ainda mais belo, mais autêntico, revela-se em toda a sua beleza” se for “contemplado em oração”.
“Com uma intensidade expressiva única, o grande artista desenha o Deus Criador, a sua ação, o seu poder, para dizer de forma evidente que o mundo não é produto da escuridão, do acaso, do absurdo, mas deriva de uma Inteligência, de uma Liberdade, de um supremo ato de Amor”, prosseguiu.
A Sistina começou por ter elementos do século XV, como as histórias de Moisés e de Cristo, além dos retratos dos Papas, trabalho que foi executado por uma equipa de pintores originalmente formada por Pietro Perugino, Sandro Botticelli, Domenico Ghirlandaio e Cosimo Rosselli.
“A Capela Sistina narra uma história de luz, de libertação, de salvação, fala da relação de Deus com a humanidade”, observou Bento XVI.
A decoração do espaço de 1100 metros quadrados foi confiada em 1508 a Miguel Ângelo por Júlio II, Papa entre 1503 e 1513, que assinalou o final da obra com o rito solene das vésperas de todos os Santos, há 500 anos.
“Podemos imaginar que o efeito [do teto] sobre os que o viram completo, pela primeira vez, terá sido verdadeiramente impressionante”, disse o atual Papa.
Bento XVI declarou que nos frescos se percebe uma luz “que não vem só do uso sábio da cor, rica de contrastes, ou do movimento que anima a obra-prima de Miguel Ângelo, mas da ideia que percorre a grande abóbada: é a luz de Deus”.
A Capela Sistina deve o seu nome a Sisto IV, Papa entre 1471 e 1484, que promoveu as obras de restauro da antiga Capela Magna a partir de 1477.
Júlio II, sobrinho do Papa Sisto, decidiu modificar parcialmente a decoração do espaço, entregando a tarefa a Miguel Ângelo, que pintou a abóbada e a parte alta das paredes com cerca de 300 figuras: nos nove quadros centrais estão representadas histórias do Génesis, primeiro livro da Bíblia, desde a criação ao dilúvio.
OC