Vaticano: Papa elogia papel das mães na Igreja e na sociedade

Francisco fala num «martírio materno» em favor dos filhos

Cidade do Vaticano, 07 jan 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco elogiou hoje no Vaticano o papel das mães na Igreja e na sociedade, falando num “martírio materno” de quem dá a sua vida pelos filhos.

“As mães são o antídoto mais forte para o alastramento do individualismo egoísta. ‘Indivíduo’ significa ‘que não se pode dividir’; as mães, pelo contrário, dividem-se a partir do momento em que acolhem um filho para o dar ao mundo e fazê-los crescrer”, disse, num encontro que decorreu na sala de audiências Paulo VI, por causa das condições metereológicas em Roma.

O Papa citou o arcebispo salvadorenho D. Oscar Arnulfo Romero – morto a tiro em 1980, às mãos da junta militar que dominava o país – que no funeral de um padre assassinado pelos ‘esquadrões da morte’ falou no “martírio materno”.

“Sim, ser mãe não significa apenas pôr um filho no munto, mas é também uma escolha de vida, a escolha de dar vida”, declarou Francisco.

Segundo o Papa, a maternidade é pouco ajudada na vida diária, “pouco considerada no seu papel central na sociedade”.

“Seria preciso compreender mais a sua luta quotidiana para serem eficientes no trabalho e atentas e afetuosas na família, seria preciso perceber melhor as suas aspirações para exprimir os melhores e autênticos frutos da sua emancipação”, apelou.

Francisco sustentou que uma sociedade sem mães “seria uma sociedade desumana” e deixou o seu “obrigado” a todas as mães pelo que oferecem “à Igreja e ao mundo”.

O Papa recordou, a este respeito, o exemplo da sua mãe, com cinco filhos, que “andava de um lado para outro, mas era feliz”.

A intervenção lembrou as mães que “recebem ua carta a dizer que os seus filhos caíram em defesa da sua pátria”.

“Pobres mulheres, como sofre uma mãe”, declarou.

Francisco deixou uma saudação aos peregrinos de língua portuguesa, agradecendo “os votos e preces” por si durante as festividades do Natal.

“De todo o coração desejo a todos um feliz Ano Novo, pedindo a Nossa Senhora, Mãe de Deus e da Igreja, que seja a estrela que protege a vida das vossas famílias. Que Deus vos abençoe”, prosseguiu.

A audiência contou com uma delegação de sobreviventes do campo de concentração de Auschwitz, libertados há 70 anos.

O primeiro encontro semanal de 2015 contou com uma exibição do ‘Golden Circus’ de Liana Orfei, que o Papa agradeceu e considerou como exemplo da “beleza” e da “harmonia” que este espetáculo oferece.

“As pessoas que fazem o espetáculo do circo criam beleza, são criadores de beleza, e isto faz bem à alma. Quanta necessidade temos de beleza”, afirmou.

“Deus é verdadeiro, certamente, é bom, sabe fazer as coisas, criou o mundo, mas sobreutdo Deus é belo. A beleza de Deus! E muitas vezes esquecemo-nos da beleza: a humanidade sente, pensa, faz, mas hoje tem muita necessidade de beleza”, acrescentou.

Francisco falou de “três linguagens” humanos, a do “fazer”, a da mente e a do coração, que se unem para “fazer a harmonia da pessoa”.

OC

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Agência ECCLESIA

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