Vaticano: Papa diz-se «apaixonado» por Timor-Leste

Francisco evoca passagem por Díli, com banho de multidão

Foto. Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 13 set 2024 (Ecclesia) – O Papa disse hoje estar “apaixonado” por Timor-Leste, falando no final de uma visita à Ásia e Pacífico, que foi acompanhada por centenas de milhares de pessoas nas ruas de Díli, entre 9 e 11 de setembro.

“Digo-vos uma coisa: fiquei apaixonado por Timor-Leste”, referiu aos jornalistas que acompanharam o voo de regresso a Roma, desde Singapura.

Francisco foi questionado por um jornalista timorense sobre a imagem dos “crocodilos” que ameaçam a cultura do país, na Missa a que presidiu em Taci Tolu.

“Timor-Leste tem uma cultura simples, familiar, alegre, tem uma cultura de vida, tem muitas crianças, muitas, e eu, quando estava a falar dos crocodilos, estava a falar das ideias que podem vir de fora para estragar esta harmonia que vocês têm”, precisou.

O Papa negou que se estivesse a referir ao crescimento das seitas, num país com mais de 95% de católicos.

“Todas as religiões devem ser respeitadas, mas há uma distinção entre religião e seita. A religião é universal, qualquer religião; a seita é restritiva, é um pequeno grupo que tem sempre outra intenção”, assinalou, antes de dar os “parabéns” ao povo timorense, que recebeu a primeira visita de um pontífice desde a sua independência.

Foto: Vatican Media

Francisco falou ainda da passagem por Singapura, última paragem da 45ª viagem apostólica internacional, elogiando “um país desenvolvido” e com “uma grande cultura inter-religiosa”.

“O papel internacional é o de uma capital que atrai culturas e isso é importante. É uma grande capital. Não estava à espera de encontrar algo assim”, admitiu.

O Papa disse que todos os países têm algo a aprender com os outros: “Por exemplo, quando penso em Timor-Leste, uma coisa é que vi muitas crianças lá, e em Singapura não vi tantas, talvez seja algo a aprender”.

A conversa abordou ainda a existência de pena de morte em Singapura.

“Temos de tentar acabar com ela lentamente, lentamente. Muitos países têm a lei, mas não executam a sentença. Nos Estados Unidos é o mesmo nalguns estados. Mas é preciso acabar com a pena de morte”, declarou.

Francisco mostrou-se ainda satisfeito com as passagens pela Indonésia e a Papua-Nova Guiné, que visitou pela primeira vez.

A 45ª visita apostólica do pontificado, que implicou 44 horas e mais de 32 mil quilómetros de voo, está em destaque na próxima emissão do Programa 70×7, este domingo, às 17h45, na RTP2.

Desde a sua eleição, em 2013, Francisco visitou 64 países, incluindo Portugal (2017 e 2023).

OC

 

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Agência ECCLESIA

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