Vaticano: Papa diz que fé tem de ser mais do que «proposta cultural»

Francisco repete críticas a quem faz carreira na Igreja

Cidade do Vaticano, 28 mai 2013 (Ecclesia) – O Papa criticou hoje no Vaticano os que olham para o Cristianismo apenas como “proposta cultural” e procuram a Igreja Católica para fazerem “carreira”.

“Se alguém segue Jesus como uma proposta cultura, usa este caminho para subir mais, para ter mais poder, e a história da Igreja está cheia disso, começando por alguns imperadores e depois tantos governantes e tantas pessoas”, disse Francisco na homilia da missa a que presidiu na capela da Casa de Santa Marta.

Segundo o Papa, o anúncio da mensagem de Jesus implica “coisas bonitas” mas também “perseguições”.

“Quando um cristão não tem dificuldades na vida – tudo está bem, tudo é lindo -, alguma coisa não bate certo”, observou.

Francisco insistiu na necessidade de não reduzir a proposta cristã a uma questão de cultura “sem a exigência do verdadeiro seguimento de Jesus, a exigência de seguir no seu caminho”, que afeta também “alguns padres, alguns bispos” que pensam que “seguir Jesus é fazer carreira”.

O Papa recordou que “na literatura de há dois séculos” se costumava falar em “seguir a carreira eclesiástica” e lamentou que “muitos cristãos, tentados pelo espírito do mundo, pensem que seguir Jesus é bom porque se pode fazer carreira”.

Os cristãos, frisou Francisco, deve seguir Jesus “por amor”, o que provoca a “inveja do diabo”.

“O espírito do mundo não tolera isto, não tolera o testemunho”, prosseguiu.

Neste contexto, o Papa aludiu ao exemplo de Madre Teresa de Calcutá, que é lembrada pelas “coisas bonitas” que fez pelos outros.

“O espírito do mundo nunca diz que a Beata Teresa estava em adoração todos os dias, muitas horas. Nunca. Reduz a atividade cristã ao fazer o bem social”, observou.

RV/OC

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Agência ECCLESIA

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