Francisco explicou declarações sobre «guerra mundial» contra a família e críticas à ideologia do género
Lisboa, 02 out 2016 (Ecclesia) – O Papa Francisco disse hoje em conferência de imprensa que as suas críticas à ideologia do género não implicam uma rejeição de homossexuais ou transsexuais por parte da Igreja Católica.
“Acompanhei na minha vida de sacerdote, de bispo e até de Papa pessoas com tendência e também com prática homossexual”, disse, no voo de regresso a Roma, desde o Azerbaijão.
"Nunca abandonei ninguém", insistiu.
Francisco foi questionado sobre as suas afirmações de sábado, ainda na Geórgia, quando falou numa “guerra mundial” contra a família e o matrimónio, com duras críticas à teoria do 'gender'.
"É um problema de moral, é um problema de moral e deve resolver-se como for possível, sempre com a misericórdia de Deus", observou.
Francisco disse que é importante distinguir a “doutrinação” da teoria do género do acolhimento de cada pessoa.
“Jesus seguramente não diria: ‘Vai-te embora, porque és homossexual'. Não", sublinhou.
Para o Papa, o que está em causa é que as escolas apresentem às crianças “colonizações ideológicas” sobre os temas da identidade sexual, “contra as coisas naturais”.
Francisco relatou que se encontrou pessoalmente com um católico espanhol que mudou de sexo e lhe escreveu a pedir uma audiência.
“É preciso acolher cada caso, acompanhá-lo, estudar, discernir e integrá-lo. Isto é o que o faria Jesus, hoje”, realçou.
O Papa voltou a afirmar que existe uma “guerra mundial” contra o matrimónio, mas recordou que a Igreja Católica deve tratar com misericórdia as “famílias feridas”.
“No matrimónio há problemas e eles resolvem-se com quatro critérios: acolher as famílias feridas, acompanhar, discernir cada caso e integrar”, precisou.
Francisco realizou hoje uma visita de 10 horas ao Azerbaijão, vindo da Geórgia, onde chegara na sexta-feira para a 16ª viagem internacional do seu pontificado.
OC