Vaticano: Papa destacou exemplo de «disciplina, sacrifício, de viver a fé» da Guarda Suíça, no juramento de novos recrutas

«Um testemunho muito importante no mundo de hoje», afirmou Leão XIV

Cidade do Vaticano, 04 out 2025 (Ecclesia) – O Papa destacou hoje a forma de viver a fé da Guarda Suíça, que “realmente fala a todos os jovens sobre o valor de dar a vida, de servir e de pensar nos outros”, na cerimónia de juramento dos novos recrutas.

“A todos vocês que fizeram este juramento: é um testemunho muito importante no mundo de hoje”, disse Leão XIV, aos 27 novos recrutas da Guarda Suíça, este sábado, dia 4 de outubro, no Pátio de São Dâmaso, no Vaticano, citado pelo ‘Vatican News’.

Segundo o Papa, este “testemunho” da Guarda Suíça faz compreender “a importância da disciplina, do sacrifício”, e de “viver a fé” de uma maneira que “realmente fala a todos os jovens sobre o valor de dar a vida, de servir e de pensar nos outros”.

“Agradeço a vocês em meu nome e em nome de toda a Santa Sé pelo seu serviço”, acrescentou Leão XIV, que agradeceu “primeiramente a Deus pelo dom da vida e da fé”.

O Pátio de São Dâmaso acolheu o juramento dos 27 novos recrutas da Guarda Suíça, e esteve decorado com as bandeiras dos cantões suíços, e recebeu cerca de quatro mil pessoas.

Com a tradicional farda de gala – a gola e as luvas brancas, a fivela do cinto, com as iniciais entrelaçadas da Guarda Suíça, as roupas renascentistas em vermelho, amarelo e azul – e a armadura, os guardas marcharam solenemente até ao centro do pátio, onde prestaram o juramento de fidelidade a Leão XIV e à Igreja, comprometendo-se, se necessário, a sacrificar a própria vida na defesa ao Papa.

Os 27 recrutas pronunciam o juramento, diante da bandeira, com a seguinte fórmula: ‘Juro servir com fidelidade, lealdade e honra ao atual Pontífice, Leão XIV, e seus legítimos Sucessores; estou pronto e me comprometo, com todas as minhas forças, a dar a minha vida, se necessário, para a sua defesa’.

Leão XIV definiu esta cerimónia como “muito bonita”, e saudou os cardeais, bispos, representantes civis e militares, uma delegação da Confederação Suíça, liderada pela presidente Karin Keller-Sutter, para além das famílias dos guardas suíços.

O comandante da Guarda Suíça, na sua intervenção, recordou São Nicolau da Flüe, capitão e místico suíço, que conseguiu evitar uma guerra fratricida e tornou-se símbolo de paz, uma mensagem ainda mais atual “num mundo marcado por guerras brutais e divisões”.

“A verdadeira disciplina e o rigor do nosso serviço devem ser vividos como uma oferta generosa a Cristo e aos irmãos; embora hoje os guardas não sejam chamados ao martírio, cada um deles promete estar sempre pronto a dar o melhor de si com seriedade e dedicação”, acrescentou o comandante Christoph Graf, que lembrou outros padroeiros da Guarda Suíça, nomeadamente São Martinho de Tours, que partilhou o manto com um pobre, e São Sebastião, soldado mártir que permaneceu fiel a Cristo mesmo diante da perseguição.

Foto: Vatican Media

O portal de notícia do Vaticano destaca que esta cerimónia teve uma novidade histórica, ao ser reintroduzido um uniforme ‘Meia-Gala’, em quase cinquenta anos, segundo Christoph Graf é “reservado, exclusivamente, aos nove oficiais de mais alta Carta Patente”, e será utilizado em receções, jantares oficiais, conferências de imprensa ou visitas a embaixadas.

Esta cerimónia, prevista para o dia 6 de maio, foi adiada devido à morte do Papa Francisco, e à eleição do seu sucessor, o Conclave 2025 que escolheu Leão XIV; o dia 6 de maio evoca a morte de 189 soldados helvéticos em defesa do Papa Clemente VII, em 1527, do exército de Carlos V durante o saque de Roma.

“Neste Ano Santo, que vocês sejam com o seu testemunho simples, missionários de esperança para as pessoas que encontram. Que a chama da esperança ilumine suas vidas e dê a vocês a coragem de ousar e contribuir juntos para a civilização do amor”, pediu Leão XIV, numa audiência realizada esta sexta-feira, dia 3 de outubro.

A Guarda Suíça Pontifícia, fundada pelo Papa Júlio II, em 1506, e mantém o lema ‘Uma vez como guarda, assim sempre será’, é uma companhia de voluntários, recrutados em todas as partes da Confederação Helvética, organizados militarmente, para a custódia da pessoa do Papa e da sua residência.

CB

 

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