Francisco recebeu membros da Comissão Teológica Internacional e condenou violência «em nome de Deus»
Cidade do Vaticano, 06 dez 2013 (Ecclesia) – O Papa Francisco recebeu hoje no Vaticano os membros da Comissão Teológica Internacional aos quais pediu que sejam “pioneiros” do diálogo entre Igreja e Cultura, rejeitando qualquer forma de violência “em nome de Deus”.
“Este diálogo da Igreja com as culturas é um diálogo ao mesmo tempo crítico e benévolo, que deve favorecer o acolhimento da Palavra de Deus”, disse, no discurso que proferiu perante os cerca de 30 membros do organismo.
Segundo o Papa, os teólogos católicos devem ser “pioneiros” em situações de “fronteira”, procurando “destacar a unidade do desígnio do amor de Deus” e “mostrar como verdade e fé formam uma unidade orgânica”.
Francisco referiu-se ao tema que esteve em reflexão na reunião plenária da comissão, iniciada na segunda-feira, “as relações entre monoteísmo e violência”.
“Deus não é uma ameaça para o homem! A fé no Deus único e três vezes santo não é e não pode nunca ser geradora de violência e intolerância”, declarou.
O Papa sublinhou a “dimensão universal” da revelação divina e disse que a fé em Jesus Cristo “torna impossível qualquer recurso à violência em ‘nome de Deus’”.
“É precisamente pela sua recusa da violência, por ter vencido o mal com o bem, com o sangue da sua cruz, que Jesus reconciliou os homens com Deus e entre eles”, precisou.
Francisco elencou “traços” caraterísticos da vida eclesial como “as relações entre crentes, a autoridade como serviço, a partilha com os pobres”, os quais devem “constituir um modelo vivo e atraente para as várias comunidades humanas”.
O Papa citou, a respeito da tarefa dos teólogos, uma mensagem dirigida por São Francisco de Assis ao português Santo António: “Apraz-me que ensines a sagrada Teologia desde que, no estudo, não deixes apagar o espírito de santa oração e de devoção”.
“Aproximar-se dos pequenos ajuda a tornar-se mais inteligentes e mais sábios”, observou.
OC