Igreja celebra V Dia Mundial dos Avós e Idosos a 27 de julho
Cidade do Vaticano, 10 jul 2025 (Ecclesia) – O Papa publicou hoje a sua primeira mensagem para a celebração do Dia Mundial dos Avós e Idosos, denunciando a solidão e abandono dos mais velhos, na sociedade e nas comunidades católicas.
“Em todas as partes do mundo, as nossas sociedades estão a habituar-se, com demasiada frequência, a deixar que uma parte tão importante e rica do seu tecido social seja marginalizada e esquecida”, refere Leão XIV, num texto divulgado pelo Vaticano.
A mensagem apela a uma “mudança de atitude”, que promova maior responsabilidade por parte de toda a Igreja.
“Cada paróquia, associação ou grupo eclesial é chamado a tornar-se protagonista da ‘revolução’ da gratidão e do cuidado, a realizar através de visitas frequentes aos idosos, criando para eles e com eles redes de apoio e oração, tecendo relações que possam dar esperança e dignidade àqueles que se sentem esquecidos”, defende o pontífice.
O V Dia Mundial dos Avós e Idosos, que se celebra no quarto domingo de julho (dia 27), tem como tema, este ano, ‘Bem-aventurado aquele que não perdeu a esperança’, ligando-se ao Jubileu que a Igreja Católica está a assinalar.
Leão XIV destaca que, ao longo da história, o Jubileu representou um “tempo de libertação”.
“Olhando para os idosos nesta perspetiva jubilar, também nós somos chamados a viver com eles uma libertação, sobretudo da solidão e do abandono. Este ano é o momento propício para realizá-la: a fidelidade de Deus às suas promessas ensina-nos que há uma bem-aventurança na velhice, uma alegria autenticamente evangélica que nos convida a derrubar os muros da indiferença na qual os idosos estão frequentemente encerrados”, aponta.
A esperança cristã impele-nos continuamente a ousar mais, a pensar em grande, a não nos contentarmos com o status quo. Neste caso específico, a trabalhar por uma mudança que devolva aos idosos a estima e o afeto.”
A mensagem evoca várias figuras bíblicas, “homens e mulheres já avançados em idade”, que viriam a ter papel de protagonistas na velhice.
“Na Bíblia, Deus mostra várias vezes a sua providência dirigindo-se a pessoas idosas. Foi o que aconteceu a Abraão, Sara, Zacarias, Isabel e também com Moisés, chamado a libertar o seu povo quando tinha 80 anos. Com estas escolhas, Ele ensina-nos que, aos seus olhos, a velhice é um tempo de bênção e graça e que, para Ele, os idosos são as primeiras testemunhas da esperança”, precisa Leão XIV.
O Papa sublinha que, muitas vezes, os avós foram “um exemplo de fé e devoção, de virtudes cívicas e compromisso social, de memória e perseverança nas provações”.
“A nossa gratidão e coerência nunca serão suficientes para agradecer este bonito legado que nos foi deixado com tanta esperança e amor”, insiste.
A mensagem considera que o aumento de pessoas idosas deve ser visto como um “sinal dos tempos”, sublinhando que “a história não se esgota no presente, nem em encontros rápidos e relações fragmentárias, mas se desenrola rumo ao futuro”.
O Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida (Santa Sé) convida todas as dioceses, paróquias, associações e comunidades eclesiais a celebrar o V Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, “colocando no centro a alegria de um renovado encontro entre as gerações”.
Um kit pastoral está disponível no site do organismo da Cúria Romana.
OC