Francisco fala em «momento delicado» para país afetado por crise política
Cidade do Vaticano, 21 dez 2016 (Ecclesia) – O Papa denunciou hoje no Vaticano os “cruéis sofrimentos” da população da República Democrática do Congo (RDC), pedindo que o Governo e a oposição superem a atual crise política.
“Que aqueles que têm responsabilidades políticas ouçam a voz da sua própria consciência, saibam ver os cruéis sofrimentos dos seus concidadãos e levem a peito o bem comum”, declarou, no final da audiência pública semanal que decorreu na sala Pulo VI.
O mandato do presidente Joseph Kabila expirou na segunda-feira, mas este não abandonou o poder, tendo nomeado um novo governo sem marcar eleições ou esperar pela mediação da Igreja Católica.
Pelo menos 20 pessoas morreram devido aos disparos da polícia durante protestos, terça-feira, em Kinshasa, capital da RDC, em manifestações da oposição.
Francisco recordou o “recente encontro” com a presidência da Conferência Episcopal da RDC, esta segunda-feira, e pediu que todos os congoleses “sejam artífices de reconciliação e de paz neste delicado momento da sua história”.
“Convido todos a deixar-se guiar pela luz do Redentor do mundo e rezo para que o Natal do Senhor abra caminhos de esperança”, acrescentou.
Já este domingo, o Papa tinha recordado a situação no país africano e pedido orações para que o diálogo na RDC “decorra com serenidade, para evitar qualquer tipo de violência e pelo bem de todo o país”.
As eleições presidenciais previstas para este ano foram adiadas até 2018, uma decisão que a oposição vê como um golpe de Estado, dado que, segundo a Constituição, o atual presidente não pode recandidatar-se.
O Papa Francisco recebeu Kabila a 26 de setembro, numa audiência privada em que se debateu a situação de “violência persistente” no país africano
OC