Celebração do centenário da Congregação para as Igrejas Orientais
Roma, 12 out 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco denunciou hoje em Roma as “perseguições dramáticas” contra os cristãos das Igrejas do Oriente, num encontro comemorativo que centrou a atenção sobre essas comunidades.
“Vemos tantos dos nossos irmãos e irmãs cristãos das Igrejas orientais a sofrer perseguições dramáticas e uma diáspora cada vez mais inquietante”, disse, na homilia da Missa a que presidiu na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma.
O Papa tinha deixado o Vaticano ao início da manhã para uma visita ao Pontifício Instituto Oriental, na Praça de Santa Maria Maior, onde se encontrou com cardeais, patriarcas, arcebispos maiores e metropolitas ‘sui iuris’ (Igrejas com direito próprio).
As Igrejas Orientais Católicas estão presentes, sobretudo, na Síria, Iraque, Egito, Turquia, Líbano, Jordânia, Ucrânia, Arménia, Etiópia e Eritreia.
O Papa Francisco recordou que a Congregação para as Igrejas Orientais foi fundada no contexto da I Guerra Mundial, que considerou semelhante ao de hoje, onde se combate uma guerra mundial “aos bocados”.
A homilia sublinhou a importância da “coragem da fé”, em particular nos momentos de dúvida, com a confiança de que Deus “escuta”, convidando todos à oração.
No contexto do centenário do Pontifício Instituto Oriental e da Congregação para as Igrejas Orientais, o Papa enviou uma mensagem ao cardeal Leonardo Sandri, prefeito desta congregação da Santa Sé, sublinhando os gestos de atenção dos vários pontífices do século XX em relação a estas comunidades, que remontam ao início do Cristianismo.
“Os tempos em que vivemos, por outro lado, e os desafios que a guerra e o ódio chegam mesmo às próprias raízes da convivência pacífica nas martirizadas terras do Oriente”, alertou Francisco.
“Com a queda dos regimes totalitaristas e das várias ditaduras, que infelizmente nalguns países criou condições favoráveis para a expansão do terrorismo internacional, os cristãos das Igrejas Orientais estão a sentir o drama das perseguições”, prosseguiu.
O pontífice sublinhou a “missão ecuménica” das comunidades católicas orientais, desejando uma valorização das “ricas tradições” destas Igrejas no mundo ocidental.
O Papa tinha recebido no Vaticano, esta segunda-feira, os patriarcas e arcebispos maiores das Igrejas Orientais.
Francisco mostrou-se “feliz” por estar com estes responsáveis católicos, num gesto de partilha das “alegrias e dores” dos fiéis das suas comunidades.
OC