Vaticano: Papa denuncia «massacres» na República Democrática do Congo

Francisco evoca «mártires» cristãos da violência no leste do país africano

Foto: Caritas.org/CRS

Cidade do Vaticano, 16 jun 2024 (Ecclesia) – O Papa denunciou hoje, no Vaticano, os “massacres” contra a população civil no leste da República Democrática do Congo (RDC), apelando à intervenção da comunidade internacional.

“Continuam a chegar notícias dolorosas de confrontos e massacres levados a cabo na parte oriental da República Democrática do Congo. Dirijo o meu apelo às autoridades nacionais e à comunidade internacional para que se façam todos os possíveis pelo fim da violência e a salvaguarda da vida dos civis”, disse, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação do ângelus.

A região oriental da RCD é palco de violentos combates há vários meses, opondo forças governamentais ao movimento rebelde ‘M23’, apoiado por unidades do exército ruandês.

Em maio, 20 chefes de agências humanitárias e de direitos humanos, incluindo 13 da ONU, emitiram um comunicado declarando, que sem uma ação internacional urgente, a RDC pode chegar “à beira da catástrofe”.

O conflito no país no país africano provocou 7,2 milhões de deslocados, fome e um elevado número de mortes.

“Entre as vítimas, muitos são cristãos, mortos por ódio à fé. São mártires. O seu sacrifício é uma semente que germina e dá fruto, ensinando-nos a testemunhar o Evangelho com coragem e coerência”, referiu o Papa, perante milhares de peregrinos reunidos no Vaticano.

“Não paremos de rezar pela paz na martirizada Ucrânia, na Terra Santa, no Sudão, Mianmar e onde quer que se sofra pela guerra”, acrescentou.

Na última semana, o padre português Marcelo Oliveira alertou, numa mensagem enviada à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), para a violência que assola a RDC, depois de ataques nos últimos meses agudizarem tensão no país.

“Todos os dias neste país há gente que morre, há mulheres que são massacradas, há crianças que são torturadas, há pessoas que são violadas, há militares que morrem, civis… todos os dias. E isto sobretudo na parte leste do país, que é a mais rica, onde encontramos ouro, o cobalto, o coltan”, denunciou o missionário comboniano.

Foto: Lusa/EPA

A 3 de fevereiro de 2023, o Papa encerrou uma viagem de quatro dias à República Democrática do Congo, onde repetiu apelos à paz e ao fim da exploração, por interesses internos e exteriores, que compromete o futuro do país africano.

OC

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