Vaticano: Papa denuncia «gravíssima» crise humana em Gaza

Longo apelo de paz evocou ainda conflitos no sul da Síria e na fronteira entre o Camboja e a Tailândia

Camião com ajuda humanitária na fronteira entre o Egito e Gaza. Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 27 jul 2025 (Ecclesia) – O Papa denunciou hoje, no Vaticano, a “gravíssima” crise humana em Gaza, apelando a um cessar-fogo imediato e à libertação dos reféns israelitas.

“Acompanho com grande preocupação a gravíssima situação humanitária em Gaza, onde a população civil é esmagada pela fome e continua a ser exposta à violência e à morte. Renovo o meu apelo sincero ao cessar-fogo, à libertação dos reféns e ao respeito integral pelo direito humanitário”, disse Leão XIV, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação do ângelus.

Perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, o pontífice sublinhou que cada pessoa “tem uma dignidade intrínseca que lhe é conferida pelo próprio Deus”.

“Exorto as partes em todos os conflitos a reconhecê-la e a cessar qualquer ação contrária a ela. Exorto a negociar um futuro de paz para todos os povos e a rejeitar tudo o que possa prejudicá-lo”, acrescentou.

Confio a Maria, Rainha da Paz, as vítimas inocentes dos conflitos e os governantes que têm o poder de lhes pôr fim.”

Na última quarta-feira, mais de uma centena de organizações internacionais e palestinianas denunciaram que a fome está a matar 2,1 milhões de pessoas na Faixa de Gaza.

O atual conflito surgiu após ataques liderados pelo movimento islamita Hamas, a 7 de outubro de 2023, no sul de Israel, que causaram cerca de 1.00 mortos e mais de duas centenas de reféns.

A retaliação de Israel já fez mais de 59 mil mortos, sobretudo civis, a destruição da maior parte das infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

“O meu coração está próximo de todos aqueles que sofrem devido aos conflitos e à violência no mundo”, disse Leão XVI, no Vaticano.

A intervenção do Papa começou por recordar “as pessoas envolvidas nos confrontos na fronteira entre a Tailândia e o Camboja, especialmente pelas crianças e famílias deslocadas”.

“Que o Príncipe da Paz inspire todos a procurar o diálogo e a reconciliação”, desejou, rezando ainda pelas “vítimas da violência no sul da Síria”.

O Camboja pediu, na sexta-feira, um “cessar-fogo imediato”, durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU.

Leão XIV deixou também uma saudação aos “jornalistas que contribuem para uma comunicação de paz e verdade”.

OC

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