Francisco pede acordos globais «significativos» que deem voz aos mais pobres
Roma, 11 set 2015 (Ecclesia) – O Papa denunciou hoje no Vaticano as “graves implicações sociais” das alterações climáticas e pediu que a comunidade internacional chegue a acordos globais “significativos” que deem voz aos mais pobres.
“São os mais pobres a sofrer com maior dureza as consequências” destes problemas, disse, durante a audiência que concedeu aos participantes do encontro internacional ‘Justiça Ambiental e Mudanças Climáticas’.
A iniciativa, com o apoio da Santa Sé, reuniu em Roma especialistas de várias áreas, tendo como base a Encíclica ‘Laudato si’, do Papa Francisco.
“A questão do clima é uma questão de justiça e também de solidariedade, que não pode ser nunca separada da justiça”, afirmou.
Francisco recordou a realização, em dezembro, da 21.ª Conferência das Partes (COP21) sobre Alterações Climáticas, em Paris, que pretende alcançar um acordo mundial sobre metas vinculativas de redução de emissões de gases com efeito de estufa para substituir o Protocolo de Quioto.
“Perante a emergência das mudanças climáticas e com o olhar virado para os compromissos cruciais que nos próximos meses lhe vão dizer respeito, desejo propor que este diálogo se torne uma autêntica aliança para chegar a acordos ambientais globais realmente significativos”, apelou.
Durante o encontro, o Papa recebeu simbolicamente uma bicicleta elétrica dos Correios italianos.
“O clima é um bem comum, hoje gravemente ameaçado: indicam-nos fenómenos como as alterações climáticas, o aquecimento global e o aumento de fenómenos meteorológicos extremos”, advertiu Francisco.
O Papa sustentou que a solução para a “crise socioambiental” passar por “deixar ouvir a voz dos mais pobres”, um “dever de justiça ambiental”.
OC