Vaticano: Papa denuncia fome e morte de crianças na Faixa de Gaza

Leão XIV apela a cessar-fogo e libertação dos reféns

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 28 mai 2025 (Ecclesia) – O Papa denunciou hoje, no Vaticano, a morte de crianças e a fome da população na Faixa de Gaza, apelando a um cessar-fogo e à libertação dos reféns.

“Da Faixa de Gaza, sobe ao céu com cada vez mais intensidade o choro das mães e dos pais que seguram junto de si os corpos sem vida dos seus filhos e que são constantemente obrigadas a deslocar-se, em busca de algum alimento e de um abrigo mais seguro contra os bombardeamentos”, referiu Leão XIV, no final da audiência pública semanal, que decorreu na Praça de São Pedro.

“Aos responsáveis, renovo o meu apelo: que cesse o fogo, libertem todos os reféns, respeitem integralmente o direito humanitário”, acrescentou.

O Papa encerrou a intervenção com uma oração a “Maria, rainha da paz”, sob uma salva de palmas da multidão.

Em entrevista ao portal de notícias do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado, afirmou que “o que está a acontecer em Gaza é inaceitável”.

“O direito internacional humanitário deve ser aplicado em todos os momentos e para todos. Apelamos ao fim dos bombardeamentos e à chegada da ajuda necessária à população: penso que a comunidade internacional deve fazer tudo o que estiver ao seu alcance para pôr termo a esta tragédia. Ao mesmo tempo, reiteramos veementemente o nosso pedido ao Hamas para que liberte imediatamente todos os reféns que ainda mantém em cativeiro e para que devolva os corpos das pessoas que foram mortas após o bárbaro ataque em Israel”, declarou.

O secretário de Estado condenou ainda o recente ataque em Washington, com o assassinato de dois funcionários da embaixada israelita nos EUA.

“Fiquei profundamente chocado, uma vez que no dia 7 de outubro foram vítimas inocentes, que também estavam empenhadas em iniciativas de paz e humanitárias. Temos de estar vigilantes e garantir que o cancro do antissemitismo, nunca definitivamente derrotado, não volta a levantar a cabeça”, declarou.

Israel começou a permitir a entrada de ajuda humanitária em Gaza na última semana, depois de ter bloqueado a entrada de alimentos, medicamentos, combustível e outros bens desde o início de março.

A ONU diz que a ajuda permitida é insuficiente para as necessidades da população do enclave palestino.

O conflito foi desencadeado por um ataque do Hamas contra populações israelitas, a 7 de outubro de 2023.

A resposta militar de Israel provocou dezenas de milhares de mortes, uma crise humana na região e elevados danos materiais, tendo como objetivo assumir o controlo de toda a área de Gaza.

A 21 de maio, Leão XIV tinha apelado ao fim do conflito na Faixa de Gaza e à entrada da ajuda humanitária, falando numa situação “preocupante”.

Na primeira audiência geral do pontificado, o Papa convidou israelitas e palestinos a “pôr fim às hostilidades”, alertando para um “preço devastador pago pelas crianças, pelos idosos, pelas pessoas doentes”.

OC

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