Francisco recebeu participantes da Assembleia Plenária da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, incluindo D. José Cordeiro
Cidade do Vaticano, 14 fev 2019 (Ecclesia) – O Papa recebeu hoje no Vaticano os participantes da Assembleia Plenária da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, incluindo D. José Cordeiro, bispo de Bragança-Miranda, deixando orientações para uma Liturgia centrada na comunidade.
“Nas orações e nos gestos ressoa o ‘nós’ e não o ‘eu’; a comunidade real, não o sujeito ideal. Quando se recordam nostalgicamente tendências passadas ou se querem impor novas, corre-se o risco de antepor a parte ao todo, o eu ao Povo de Deus, o abstrato ao concreto, a ideologia à comunhão, e na raiz, o mundano ao espiritual”, declarou, no discurso que proferiu esta quinta-feira.
Francisco convidou os participantes a “trabalhar para que o Povo de Deus redescubra a beleza de encontrar o Senhor na celebração dos seus mistérios”.
A Assembleia Plenária sobre “A formação litúrgica do Povo de Deus” decorre até sexta-feira, reunindo 80 participantes, entre eles 22 cardeais – incluindo o cabo-verdiano D. Arlindo Furtado, oito arcebispos e 11 bispos, além de funcionários e consultores.
O Papa sublinhou que, para a renovação da Liturgia, “não basta mudar os livros”.
“Para que a vida seja verdadeiramente um louvor agradável a Deus, é preciso, de facto, mudar o coração”, observou.
A intervenção apelou à colaboração entre a Santa Sé e as Conferências Episcopais, “para servir, na riqueza das várias línguas e culturas, a vocação orante da Igreja no mundo”.
É bom por isso, na Liturgia como noutros âmbitos da vida eclesial, não acabar em estéreis polarizações ideológicas”.
Segundo o pontífice, perante algumas inseguranças do contexto atual, é necessário “reconhecer a realidade da Sagrada Liturgia, tesouro vivo que não pode ser reduzido a gostos, receitas e correntes”.
“Falar da formação litúrgica do Povo de Deus significa antes de tudo tomar consciência do papel insubstituível que a Liturgia desempenha na Igreja e para a Igreja. E pode ajudar concretamente o povo de Deus a interiorizar melhor a oração da Igreja, a amá-la como experiência de encontro com o Senhor e com os irmãos e, diante disso, redescobrir nela o conteúdo e observar seus ritos”.
A formação permanente do clero e dos leigos foi outro aspeto destacado pelo Papa.
OC