Vaticano: Papa deixa apelos à misericórdia, serviço e perdão

Bula «Rosto da Misericórdia» foi apresentada este sábado e marca a convocação do Jubileu

Cidade do Vaticano, 11 abr 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco apresentou hoje a bula ‘Misericordiæ Vultus’ (Rosto de Misericórdia) que é composta por 25 números e deseja que cada um viva a Misericórdia e se deixe surpreender por Deus.

“Misericórdia não é uma palavra abstrata, mas uma forma para reconhecer, contemplar e servir”, explica.

O desejo do Papa é que este ano seja uma oportunidade para "viver a cada dia a misericórdia” e que sirva para chegar às "periferias" onde se encontram os mais fracos e desprotegidos.

“Neste Ano Santo, poderemos fazer a experiência de abrir o coração àqueles que vivem nas mais variadas periferias existenciais, que muitas vezes o mundo contemporâneo cria de forma dramática. Quantas situações de precariedade e sofrimento presentes no mundo atual! Quantas feridas gravadas na carne de muitos que já não têm voz, porque o seu grito foi esmorecendo e se apagou por causa da indiferença dos povos ricos", alerta.

Francisco recuperou o ensinamento de São João XXIII, que falou do "remédio da misericórdia" e Paulo VI, que identificou a espiritualidade do Vaticano II como Samaritano.

"A trave mestra que suporta a vida da Igreja é a misericórdia. Toda a sua ação pastoral deveria estar envolvida pela ternura com que se dirige aos crentes; no anúncio e testemunho que oferece ao mundo, nada pode ser desprovido de misericórdia. A credibilidade da Igreja passa pela estrada do amor misericordioso e compassivo", sustenta.

O “Rosto de Misericórdia” também explica alguns destaques do Jubileu: primeiro o lema "misericordioso como o Pai", depois o convite a uma peregrinação e, especialmente, a necessidade de perdão.

O Papa dá destaque no número 15 à redescoberta das Obras de Misericórdia Espiritual e Corporal “para despertar a nossa consciência, muitas vezes apática perante o drama da pobreza, e para entrar mais no coração do Evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina."

Outro ponto forte do documento é o número 19 em que Francisco apela contra a violência organizada e contra os promotores ou cúmplices da corrupção.

A apresentação da bula marca a convocação do Ano Santo que inicia a oito de dezembro, solenidade de Maria: “para não deixar a humanidade sozinha à mercê do mal” e coincide com o 50º aniversário do encerramento do Concílio Vaticano II, a que a Igreja “sente a necessidade de manter vivo”.

O seu encerramento acontece "na solenidade litúrgica de Cristo Rei, a 20 de novembro de 2016”.

A Porta Santa da Basílica de São Pedro será aberta pelo Papa a oito de dezembro e no domingo seguinte o gesto simbólico vai repetir-se em todas as igrejas do mundo, às quais Francisco tenciona enviar 'missionários da misericórdia".

SN/OC

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