Francisco deixou apelo aos que participam nas reuniões de primavera do organismo internacional
Cidade do Vaticano, 18 abr 2018 (Ecclesia) – O Papa Francisco apelou hoje no Vaticano a um trabalho de “inclusão financeira”, dirigindo-se aos responsáveis internacionais que participam, em Washington (EUA), nas reuniões de primavera do Banco Mundial.
“Encorajo os esforços que, através da inclusão financeira, procuram promover a vida dos mais pobres, favorecendo um verdadeiro desenvolvimento integral, que respeite a dignidade humana”, declarou, no final da audiência pública semanal que decorreu na Praça de São Pedro.
O Banco Mundial, instituição financeira internacional, efetua empréstimos a países em desenvolvimento.
Na reforma que tem promovido na Cúria Romana, o Papa criou em 2016 o Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral
Francisco tem deixado várias críticas à excessiva atenção dada à banca, pelos responsáveis internacionais, mais preocupados, segundo o pontífice, em “salvar os bancos” do que em salvar “a dignidade dos homens e mulheres de hoje”.
No seu vídeo mensal, em abril, o Papa convidou os católicos a rezar para que os responsáveis pelo planeamento e gestão da Economia “tenham a coragem de rejeitar uma economia de exclusão e saibam abrir novos caminhos”.
O Papa sustenta que a Economia “deve seguir o caminho dos empresários, políticos, pensadores e agentes sociais que colocam em primeiro lugar a pessoa humana e fazem todos os possíveis para assegurar que haja oportunidades de trabalho digno.
Francisco reitera o que escreveu na Exortação Apostólica ‘Evangelii Gaudium’ contra uma ‘Economia da Exclusão’.
“Assim como o mandamento «não matar» põe um limite claro para assegurar o valor da vida humana, assim também hoje devemos dizer «não a uma economia da exclusão e da desigualdade social». Esta economia mata”, pode ler-se no documento programático do atual pontificado.
Mais recentemente, no prefácio do livro ‘Poder e Dinheiro’, lançado na Itália, o Papa considerou urgente uma maior equidade na distribuição da riqueza e denunciou o “paradoxo” de um sistema financeiro que beneficia alguns, enquanto milhões de pessoas vivem na pobreza.
“Uma economia global que poderia alimentar, curar e dar habitação a toda a população da Terra, mas que em vez disso – como um conjunto de estatísticas preocupantes mostram – concentra essa riqueza nas mãos de um grupo restrito de pessoas”, salienta Francisco.
Já na sua nova exortação apostólica, ‘Gaudete et Exsultate’, o pontífice pede uma maior atenção aos mais necessitados e à justiça social na vida dos católicos, que desafia a “reconhecer Jesus nos pobres e atribulados”.
“Não podemos propor-nos um ideal de santidade que ignore a injustiça deste mundo, onde alguns festejam, gastam folgadamente e reduzem a sua vida às novidades do consumo, ao mesmo tempo que outros se limitam a olhar de fora enquanto a sua vida passa e termina miseravelmente”, assinala, no texto dedicado à santidade no mundo contemporâneo.
OC