Francisco alerta para consequências da «amargura do ressentimento»
Cidade do Vaticano, 24 jan 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco disse hoje no Vaticano que para dialogar é preciso “humildade” de forma a evitar a edificação de “muros de Berlim” que dificultem uma reconciliação.
“Dialogar é difícil, mas pior do que tentar construir uma ponte com o adversário é deixar crescer no coração o rancor por ele” porque ao agir dessa maneira “permanece-se isolado na amargura do ressentimento”, afirmou, na homilia da Missa a que presidiu na capela da Casa de Santa Marta.
Francisco partiu da reflexão sobre uma passagem da Bíblia que fala sobre o confronto entre o rei Saul e David, em que este escolheu “a estrada da aproximação, do esclarecimento, da explicação”, o caminho do “diálogo para fazer as pazes”, um diálogo que para ser frutuoso necessita de ser estabelecido com “humildade”.
“Não é um problema se algumas vezes voam pratos, na família, nas comunidades, nos bairros: o importante é tentar fazer as pazes o mais rápido possível, com uma palavra, com um gesto” porque só assim se evita a criação de “um muro, como aquele que por tantos anos dividiu Berlim, porque também no coração se pode ter um Muro de Berlim com os outros”, afirmou o Papa.
“Eu tenho medo desses muros, desses muros que crescem a cada dia e favorecem os ressentimentos, inclusive o ódio”, disse Francisco, lembrando de seguida o exemplo de David que “poderia perfeitamente ter-se vingado, expulsado o rei, mas preferiu escolher o caminho do diálogo, com humildade, bondade e doçura”.
“É preciso ser-se humilde e tentar sempre criar pontes, sempre! Isso é ser cristão. Não é fácil, mas Jesus conseguiu: humilhou-se até o fim, mostrou-nos o caminho”, concluiu Francisco.
RV/MD
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