Vaticano: Papa defende economia «inclusiva», centrada no trabalho

Francisco recorda «pacto» de Assis, em encontro com empresários e gestores cristãos

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 21 out 2022 (Ecclesia) – O Papa defendeu hoje no Vaticano uma economia mundial mais “inclusiva”, valorizando o papel do trabalho e com mais atenção “aos jovens, pobres, migrantes e marginalizados”.

“Qualquer nova economia para o bem comum deve ser inclusiva. Muitas vezes o slogan ‘não deixar ninguém para trás’ é proferido sem qualquer intenção de oferecer o sacrifício e o esforço para realmente transformar essas palavras em realidade”, referiu, numa audiência a gestores e empresários de 40 países.

O encontro no Auditório Paulo VI reuniu mais de 800 participantes no 27.° Congresso Mundial da UNIAPAC – a União Cristã Internacional de Executivos, organização ecuménica sem fins lucrativos, com sede em Paris.

Francisco sublinhou que os empresários devem “garantir que o desenvolvimento chegue a todas as pessoas, especialmente às mais marginalizadas, mais necessitadas, de modo que a economia possa sempre contribuir para o crescimento humano integral”.

Foto: Vatican Media

A intervenção evocou os vários encontros com jovens de todo o mundo, que integram o movimento ‘Economia de Francisco’, em particular o pacto assinado a 24 de setembro, na cidade italiana de Assis, em favor de uma “Economia do Evangelho”, atenta aos mais pobres e à natureza.

“Gostaria de encorajar-vos, líderes de empresas e empresários maduros e bem-sucedidos, a considerar uma nova aliança com os jovens que criaram e se comprometeram com esse Pacto. É verdade que os jovens trazem sempre questões, mas têm o talento de mostrar o verdadeiro caminho. Para caminhar com eles, ensiná-los e aprender com eles, ensiná-los também e, juntos, dar forma a uma nova economia para o bem comum”, referiu o Papa.

Não há dúvida de que o nosso mundo precisa urgentemente de uma economia diferente, aquela que faz viver e não mata, inclui e não exclui, humaniza e não desumaniza, cuida da criação e não a destrói”.

O discurso, divulgado pelo Vaticano, mostrou particular preocupação com a criação de emprego e com os trabalhadores que “realizam o que é comumente chamado de ‘trabalho de três dimensões’: perigoso, sujo e degradante”.

“A porta de entrada para a dignidade de um homem é o trabalho. Não basta levar o pão para casa, é necessário ganhar o pão que eu levo para casa”, destacou o Papa.

OC

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Agência ECCLESIA

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